quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Diocese Belo Horizonte - 29/01/2014

Bispo: Dom Eduardo R. Quintella

Portal na Internet: www.domquintella.com.br

E-mail: domeduardorochaquintella@hotmail.com

Batismo
Sacramento da fé
O Batismo lava-nos do pecado

No grande credo da missa, símbolo Niceno-Constantinopolitano, professamos “um só batismo para a remissão dos pecados".
O uso da água no ato de batizar indica esse sentido. Quando lavamos, o fazemos sempre para limpar, para purificar. O batismo por imersão, que é uso nas igrejas do Oriente e que é recomendado também pelo nosso ritual, mostra ainda mais claramente a purificação interior. Se vemos no banho batismal o sepultamento do homem do pecado, fica claro que o batismo liberta da culpa e da escravidão do mal.
Além do rito da água, igualmente os textos da liturgia Batismal lembram que esse sacramento tira o pecado, a saber, os pecados que foram cometidos durante a vida (quando se trata de um adulto) e, em todo o caso, a raiz do pecado, a culpa original. A oração sobre a água pode servir de exemplo para isso: "Ó Deus,... ao longo da história da salvação vos servistes da água para fazer-nos conhecer a graça do batismo...
Nas águas do dilúvio pusestes fim aos vícios e, ao mesmo tempo, fizestes surgir um novo começo para a humanidade. Concedestes aos filhos de Abraão atravessar o mar Vermelho a pé enxuto, para que, livres da escravidão, prefigurassem o povo, nascidos na água do batismo".
A fé da Igreja no "batismo para a remissão dos pecados", que a liturgia expressa em gestos e palavras, remonta às origens da Igreja. No dia de Pentecostes, Pedro disse: "Seja cada um de vós batizado em nome de Jesus Cristo, para a remissão dos pecados" (At 2, 38). E Ananias a Paulo: "Recebe o batismo e purifica-te dos teus pecados" (At 22, 16). Na carta aos Efésios (5, 25), Paulo lembra "como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela, afim de purificá-la com o banho da água e santificá-la pela palavra". Esses são apenas alguns exemplos de muitos textos em que o Novo Testamento testemunha a mesma fé.
O batismo nos dá nova vida
Na bênção da água batismal, pedimos: "Que o Espírito Santo dê, por essa água, a graça de Cristo, a fim de que o homem, criado à vossa imagem, seja lavado da antiga culpa pelo batismo e renasça pela água e pelo Espírito Santo para uma vida nova". Logo depois do ato de batizar, o celebrante se dirige àqueles que nesse momento serão ungidos com o Crisma, dizendo: "Deus Todo-poderoso... vos fez renascer pela água e pelo Espírito Santo". Na entrega da veste branca ele diz: “Vós nascestes de novo”.
Assim a liturgia do batismo torna explícita a fé da Igreja, que é baseada nas palavras de Jesus a Nicodemos: "Em verdade, em verdade te digo, quem não nasce do alto, não pode ver o Reino de Deus" (Jo 3, 3). E mais tarde Jesus continua: "Em verdade, em verdade te digo: Quem não nasce da água e do Espírito, não pode entrar no Reino de Deus. O que nasceu da carne é carne, o que nasceu do Espírito é espírito. Não te admires de eu te haver dito: Deveis nascer do alto. O vento sopra onde quer, e ouve o seu ruído, mas não sabes de onde vem nem para onde vai. assim acontece com todo aquele que nasceu do Espírito" (Jo 3, 5-8).
Nos escritos de São Paulo, o batismo não é diretamente chamado "nascimento", a não ser "banho de regeneração" (Tt 5, 5); mas é uma verdade fundamental para São Paulo que o batizado vive a vida nova.
Explicar teologicamente a vida nova não é fácil. Mas mesmo se acreditamos que Deus é Pai de todos os homens e que Jesus Cristo morreu para salvar a todos, não se pode negar a novidade da vida daqueles que, por terem sido batizados, podem chamar Deus de Abba, "Pai", que se tomaram "herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo” e “1emplo do Espírito Santo" (Rm 8, 15-17; 1 Cor 6, 19). O batismo é para o cristão de fato a passagem para uma vida nova é fundamentalmente a sua Páscoa.

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