segunda-feira, 29 de outubro de 2012

VISITA PASTORAL DE DOM EDUARDO ROCHA QUINTELLA


            Este fim de Semana próximo passado, ou seja, dias 27 e 28 de Outubro. Dom Eduardo R. Quintella, Bispo Diocese de Belo Horizonte, esteve em visita Pastoral a Catas Altas da Noruega, aonde Ministrou Crisma, batizado e matrimônio comunitário.
Esta visita pastoral consolidou mais ainda a Comunidade Católica de Santo Expedito e Nossa Senhora Aparecida fundada pelo nosso Querido Prelado.
Dom Eduardo foi recebido com fogos de artifícios e mais de trezentos fiéis que o agradeceram muito pela sua visita. Logo após os trabalhos missionários e sacramentais, Dom Eduardo Retornou a Belo Horizonte com sua comitiva.
Veja abaixo fotos do evento: 








sexta-feira, 26 de outubro de 2012

XXXº DOMINGO COMUM




Este XXXº Domingo comum apresenta-nos o último milagre de Jesus antes da entrada em Jerusalém e é também o último milagre narrado por Marcos neste Ano litúrgico prestes a encerrar-se.
O último milagre não é uma cura qualquer, mas a iluminação de um cego e conclui-se com o seguimento do iluminado a Jesus no caminho da cruz que, como vimos em Domingos anteriores, até os discípulos tinham dificuldade em ver.
Analisando a Liturgia de hoje, vemos que, para os bons, o verdadeiro e único triunfo se encontra no amor à cruz e na aceitação do sofrimento. Ensina-nos São Paulo, na segunda leitura: temos um Sumo Sacerdote eterno, provado em tudo, que intercede por nós e do qual, portanto, devemos nos aproximar com toda Fé e confiança.
Não é fácil essa via indicada por Nosso Senhor. Quando se vence sem passar por perigos e riscos, não há glória. Afirma Santo Agostinho: Ninguém se conhece antes de ser provado, nem pode ser coroado se não vencer, nem pode vencer sem ter combatido, nem é possível lutar se não tiver inimigo e tentações.
Por nossa natureza, por nosso otimismo perante a vida e horror ao sofrimento, temos a ilusão de que triunfar significa nunca sofrer nem passar por desventura alguma. Não é o que nos mostra a dura existência terrena.
Por isso a vida da Igreja e a vida espiritual de cada fiel são uma luta incessante. Deus dá por vezes à sua Esposa dias de uma grandeza esplêndida, visível, palpável. Ele dá às almas momentos de consolação interior ou exterior admiráveis.
Mas a verdadeira glória da Igreja e do fiel resulta do sofrimento e da luta. Luta árida, sem beleza sensível, nem poesia definível. Luta em que se avança por vezes na noite do anonimato, ou da incompreensão.
Assim como o carvão, para se transformar em diamante, precisa ser submetido às altíssimas temperaturas e pressões encontradas nas entranhas da Terra, nossas almas necessitam do sofrimento, para merecermos a glória celeste.
O cego Bartimeu representa tantas pessoas que vivem à margem da vida, envolvidas pela cegueira espiritual, exilados em propostas de vida que escurecem a existência. O mesmo Bartimeu, contudo, representa também tanta gente que confia em Jesus e faz dele a fonte da luz, que ilumina toda sua existência.


+Dom Eduardo Rocha Quintella
Bispo Diocese de Belo Horizonte

VIDA ECLESIAL E MISSÃO


No dia de Pentecostes o Espírito Santo desceu com poder sobre os Apóstolos; teve assim início a missão da Igreja no mundo. O próprio Jesus tinha preparado os Onze para esta missão aparecendo-lhes várias vezes depois da sua ressurreição.
Antes da ascensão ao Céu, ordenou que não se afastassem de Jerusalém, mas que aguardassem que se cumprisse a promessa do Pai; isto é, pediu que permanecessem juntos para se prepararem para receber o dom do Espírito Santo. E eles reuniram-se em oração com Maria no Cenáculo à espera do acontecimento prometido.
Na vida eclesial, os que estão abraçando a causa do apostolado missionário, e ao mesmo tempo, levando uma palavra de esperança, que vem de Deus, sabem que o primeiro agente da evangelização é sempre o Espírito Santo.
Por isso, nossa esperança é de uma missão, que produza corações novos, pessoas novas, vida nova, famílias novas, sociedade nova, isto é, essa novidade radical do Evangelho agindo concretamente na vida das pessoas, na vida da sociedade hoje.
A própria mensagem do evangelho quer ser um estímulo para assumir o mandato missionário de Jesus de ir e fazer discípulos, mas sentimos que temos um longo caminho a percorrer, por isso, estamos buscando iluminar esse caminho com a Palavra de Deus, é claro que com renovado ardor, abraçar a evangelização. Levando as pessoas a um verdadeiro encontro com Jesus, nas suas várias formas.  
A experiência do encontro com Jesus feito com a samaritana está hoje na base do anúncio do Evangelho. Nós precisamos evangelizar a partir dessa experiência do encontro com Jesus e levar às pessoas a experiência do encontro com Cristo, nas suas várias expressões, na oração, na escuta da Palavra, na Eucaristia, na vida da comunidade, no amor fraterno, no serviço da caridade.
A evangelização. Embora a responsabilidade seja também de cada um de nós, ela é tarefa eclesial. Não se evangeliza sozinho, cada um por si. Nós evangelizamos em comunhão, assumindo a vida em comunidade.
Nós vivemos em uma sociedade muito individualista e não podemos reproduzir esse esquema dentro da Igreja, sobretudo, quando se trata desse trabalho evangelizador, nós precisamos lançar juntas as redes, confiando na presença de Jesus Ressuscitado.
Porque Cristo, levantado no alto sobre a terra, atraiu para si todos os homens; ressuscitando dentre os mortos enviou seu Espírito vivificador sobre seus discípulos e por ele constituiu seu Corpo que é a Igreja, como sacramento universal de salvação.
Estando sentado à direita do Pai, sem cessar atua no mundo para conduzir os homens à sua Igreja e por Ela uni-los assim mais estreitamente e, alimentando-os com seu próprio Corpo e Sangue, torná-los partícipes de sua vida gloriosa.


+Dom Eduardo Rocha Quintella
Bispo Diocese Belo Horizonte

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

ESCATOLOGIA CRISTÃ




Escatologia é uma parte da teologia que se preocupa com o fim. O nosso fim, bem como o fim do mundo. No caso da escatologia cristã, ela exprime a convicção de que a história inteira está nas mãos de Deus e que só encontrará sua plenitude em Cristo, a personificação da promessa de Deus. È essa promessa que nos induz a pensar. É ela, também, que nos incita a agir. Neste sentido, o critério de toda afirmação sobre o futuro, de toda frase sobre o fim do mundo, de todo discurso sobre a morte, de todo enunciado escatológico deve ser a própria mensagem de Cristo. Uma escatologia inadequada é aquela que esquece o presente, e considera seus enunciados sobre o futuro simplesmente como declarações sobre o tempo que há de vir, induzindo as pessoas a fugirem do presente. Como conseqüência, destrói-se o próprio amanhã, já que ele deveria ser construído a partir do presente.
Não tem sentido considerar as coisas últimas senão partindo da perspectiva do último, ou, melhor ainda, a partir de Jesus, o último, depois do qual não há que esperar nenhum outro (Mt 11,3; 1Cor 15,45). Em Jesus está a salvação e a plenitude dos homens, porque nEle o mundo e a história recebem seu sentido e orientação definitiva. Jesus é o evento escatológico, à luz do qual devem ser considerados todos os conteúdos da esperança cristã. Jesus é o evento escatológico na medida em que é o revelador do Pai e o único mediador que nos leva a Ele. A esperança cristã não tem outro objeto a não ser o próprio Deus, o futuro absoluto e definitivo do homem.
A escatologia cristã, se tem Cristo como centro, é uma mensagem de salvação. Anuncia-nos a realização plena da salvação acontecida em Jesus. Se todo o evento Cristo é salvífico, não pode não sê-lo a sua definitiva manifestação. A escatologia cristâ é, por conseguinte, uma dimensão imprescindível da boa nova, do evangelho. Sabemos que a fé cristã afirma com muita seriedade a possibilidade da condenação do homem, porque somente assim se afirma também sua autêntica liberdade e, portanto, o caráter plenamente humano de sua adesão a Deus. Mas é igualmente claro que isso não constitui o centro da mensagem de Jesus. Há apenas um único caminho da história e do homem, a vitória de Cristo está garantida, embora não possamos ter certeza de que cada um de nós participará dela.
No Evangelho de João, embora não se possa dizer que a dimensão do futuro esteja completamente ausente, dá-se maior ênfase ao presente da salvação. È só a partir do presente da salvação em Cristo que tem sentido a dimensão de futuro. Por outro lado, porém, a plena participação na glória do Senhor pressupõe a participação em sua morte. Todos nós devemos submetermos ao juízo da cruz do Senhor.
O paradoxo da salvação presente e da realização em que ainda esperamos não se resolve com a afirmação de um aspecto em detrimento do outro, mas com a afirmação dos dois aspectos simultaneamente. A questão da continuidade e da ruptura entre a vida presente e a vida futura deve merecer enfoque semelhante.
Por um lado, é certo que a morte de Jesus na cruz nos mostra claramente uma cesura entre sua vida terrena e sua vida gloriosa; por outro, Jesus ressuscitado aparece com as marcas de sua paixão. Se a vida futura não está simplesmente em continuidade com a vida presente, não nos devemos esquecer de que depende dela. È neste mundo transitório que se decide nossa sorte eterna. Por isso, nosso esforço no mundo que passa adquire valor transcendente. Ruptura e continuidade devem ser, portanto, afirmadas ao mesmo tempo.





+Dom Eduardo Rocha Quintella
Bispo Diocese Belo Horizonte


terça-feira, 23 de outubro de 2012

O VERDADEIRO DESAFIO DO CRISTIANISMO




O verdadeiro desafio do Cristianismo é devolver a esperança a um mundo que parece perdido. E para encarregar-se dessa missão, com todas as forças, com a capacidade de regenerar-se, será a entrega pastoral de uma comunidade eclesial consciente de ter algo de positivo a dizer ao mundo.
É esta a perspectiva na qual se deve mover a Igreja: a identificação da família, educação dos jovens, no diálogo ecumênico e inter-religioso e de uma renovação da catequese, especialmente aquela endereçada aos adultos, como os pontos centrais sobre os quais se deve concentrar.
Neste tempo de tantas possibilidades e ofertas, não podemos nos esquecer de que precisamos voltar nosso olhar e interesse pelas coisas de Deus. Em particular, a família no seu conjunto é protagonista decisiva da transmissão da fé, e neste âmbito é reconhecido o papel importante que as mulheres têm tido e tem na transmissão da fé cristã.
O processo cultural de secularização é particularmente marcante e merece ser considerado seja como desafio que se coloca para a Igreja sob o perfil cultural, seja como oportunidade oferecida àquela pessoa que crê para renovar as próprias categorias espirituais e culturais.
Todas as crises que sofremos são espirituais, dentro e fora da Igreja. Uma crise que deve ser lida, enfrentada e vencida primeiramente na ordem sobrenatural, antes que cultural social e econômico.
Mediante a unção profética do Espírito Santo, saberemos devolver ao homem, o humano e ainda ao homem, o divino, assim como às nossas sociedades pagãs, uma nova ética das virtudes.
Porém, toda a ação do cristão, mesmo fundamentada na catequese, se torna fraca se não for alimentada pela oração. Daí a importância da oração contínua na vida de fé.
Os Evangelhos registram o que Jesus falou e fez em favor dos que querem seguir e estar com Deus. Este estar com Deus se inicia no hoje da Redenção e Salvação, toda vez que vivemos plenamente os valores por Ele ensinados.
Em uma sociedade marcada por mudanças culturais e sociais, a saída pode estar na formação de pequenos grupos, que busquem ir atrás das pessoas para evangelizá-las. Para que isto se concretize, deve ser necessário que a Igreja abra ao protagonismo dos Leigos.
Fazer da Igreja uma rede de pequenas comunidades eclesiais, porque nós devemos sempre promover e estimular uma pastoral orgânica, de conjunto.

  


+Dom Eduardo Rocha Quintella
Bispo Diocese Belo Horizonte


segunda-feira, 22 de outubro de 2012

A LUZ NÃO EXISTE PARA ILUMINAR A SI PRÓPRIA




Para os seres humanos, a luz é crucial e não nos sentimos muito bem na escuridão. São muitas as histórias de medo, de insegurança e de confusão que recordamos da nossa experiência com a escuridão. Quando entramos num compartimento escuro, geralmente temos medo e andamos devagar, receosos de chocar contra alguma coisa e assim nos magoarmos. A escuridão paralisa-nos e impede-nos de nos movimentarmos à vontade e com confiança.
Mas, a partir do momento em que acendemos a luz, o temor desaparece e conseguimos movimentar-nos com rapidez e segurança. A luz simplifica-nos a vida e traz-nos confiança e segurança. Perante a luz, tudo se torna visível e bem identificado. Ao longo das páginas da Bíblia, a luz é um símbolo poderoso acerca do que é Deus, a ponto de São João dizer, na sua primeira carta, que o Todo-poderoso é a luz: “Deus é luz, nele não há trevas” (I Jo 1,5).
Assim como há a identificação de Cristo com a luz, como São João descreve no Evangelho da sua autoria: “Eu sou a luz do mundo” (Jo 8,12). É a afirmação da Sua divindade, da vitória definitiva da luz sobre as trevas, da vida sobre a morte, da graça sobre o pecado. A Pessoa e a Mensagem de Jesus Cristo têm poder para iluminar as nossas vidas, impedindo-nos de viver nas trevas. Assim, para os cristãos, a nossa luz é Cristo. É Ele que ilumina a nossa vida, erradicando o medo e a insegurança e acrescentando sentido e valor a ela.
As trevas, ao longo da Sagrada Escritura, significam a ausência de Deus, a ruptura com o Seu projeto salvífico e o consequente afastamento d'Ele. As trevas presentes no nosso mundo contemporâneo só poderão ser dissipadas com a presença do Altíssimo e a valorização da Sua mensagem, que tranquiliza, dignifica e pacifica a dignidade do ser humano. A sociedade em que vivemos e da qual somos parte ativa e comprometida precisa da luz do Evangelho, da proposta do amor e da esperança que Jesus nos veio trazer.
A luz não existe em função de si, não é luz para si mesma, não ilumina a si mesma. A Luz existe em função do que a rodeia, existe para iluminar a tudo e a todos. Ao reconhecermos e aceitarmos Jesus como a Luz do mundo, também nós nos tornamos luz. Podemos fazer uma comparação simples. Assim como a lua reflete a luz do sol também nós devemos refletir a Luz de Cristo, o nosso Sol. O mundo precisa que sejamos o reflexo da Luz, que é Cristo. O Senhor também disse que não se acende uma candeia para colocá-la debaixo do alqueire, mas sim em cima do candelabro, e assim alumia a todos os que estão em casa (cf. Mateus 5,15). Ou seja, a luz que temos dentro de nós não é para ser escondida timidamente, mas para ser oferecida aos outros para que também eles possam ser inundados por ela. Ser luz significa mostrar com o nosso testemunho, as nossas palavras e as nossas ações que, realmente, Cristo faz a diferença e de que uma vida de acordo com os Seus ensinamentos é uma vida mais feliz. O objetivo da missão da Igreja é iluminar com a luz do Evangelho todos os povos no seu caminhar na história rumo a Deus, para que n'Ele encontrem a sua plena realização. Devemos sentir o anseio e a paixão de iluminar todos os povos com a luz de Cristo, que resplandece no rosto da Igreja, para que todos se reúnam na única família humana, sob a amável paternidade de Deus. 


+Dom Eduardo Rocha Quintella
Bispo Diocese Belo Horizonte

Igreja, Eucaristia e Missão.



Os discípulos e missionários de Cristo devem iluminar com a luz do Evangelho todos os âmbitos da vida social. Se muitas das estruturas atuais geram pobreza, em parte é devida à falta de fidelidade a compromissos evangélicos de muitos cristãos com especiais responsabilidades políticas, econômicas e culturais.
Nossa fé proclama que Jesus Cristo é o rosto humano de Deus e o rosto divino do homem. Por isso, a opção preferencial pelos pobres está implícita na fé cristológica naquele Deus que se fez pobre por nós, para nos enriquecer com sua pobreza. Essa opção nasce da nossa fé em Jesus Cristo, o Deus feito homem, que fez nosso irmão (Hb 2,11-12). Opção, no entanto, não exclusiva, nem excludente
Os rostos sofredores dos pobres são rostos sofredores de Cristo. Eles desafiam o núcleo do trabalho da Igreja, da pastoral e de nossas atitudes cristãs. Tudo o que tenha relação com Cristo tem relação com os pobres, e tudo que está relacionado com os pobres clama por Jesus.
Conhecendo a Cristo conhecemos o Pai. Esta é a nossa missão hoje: reconhecer Jesus em cada irmão para caminharmos para o Pai. A fé em si mesma não é uma abdicação da razão, não é uma renúncia a pensar, a raciocinar. A teologia ocupa-se de Deus, de Jesus Cristo e das verdades reveladas, é inteligência da fé, e a fé em Deus é inteligência.
Hoje todos se interrogam sobre Cristo, ou para maldizê-lo ou para invocá-lo, ou para persegui-lo ou para amá-lo, e atuar seu amor em seu nome e por ele. Mas nenhum destes, inclusive nenhum dos discípulos, ainda vendo Jesus em sua história, viu-o realmente em sua essência. Começaram a ver Jesus e a compreender seu rosto só a partir da Páscoa.
Já antes da Páscoa, Jesus, à pergunta do discípulo Felipe, que lhe pede mostra-nos o Pai e nos basta, Jesus responde: Felipe, tanto tempo faz que estou convosco e ainda não me conheces? Jesus se deixa conhecer realmente e plenamente pelo que é, à luz do Ressuscitado, Eu estava morto, mas agora estou vivo pelos séculos dos séculos.
Os discípulos reconhecem Jesus pela tarde, na casa de Emaús. Reconheceram Jesus que toma o pão, abençoa-o, parte-o e o entrega; nesse momento, abriram os olhos, tiveram a intuição, o entendimento de que aquele desconhecido era o Senhor.
Mas naquele mesmo momento Jesus desaparece: eis aqui o que significa ver Jesus, intuí-lo, compreendê-lo, com todo o ser, com a inteligência, a razão e o transporte de amor, mas no momento que o vejo e compreendo não o posso abraçar, porque Jesus é infinitamente maior do que podemos imaginar.
Deus se fez presente na história do homem através de Jesus de Nazaré. O Deus, o absoluto, manifestou-se e revelou em Jesus Cristo. Pode-se dizer que é possível ver o rosto de Cristo na Eucaristia. É a Eucaristia a continuidade da revelação.
A Eucaristia e o batismo são dois filões que sustentam toda a comunidade de crentes. A comunidade de uma família, de uma aldeia, de uma diocese, de uma nação está fundada nestes dois pilares.
A Igreja está construída em dois sacramentos que são o batismo e a Eucaristia, simbolizados pela efusão da água e do sangue que se produziu no momento em que o lado de Cristo foi traspassado pela lança.
Simbolicamente e misticamente, já o evangelista João viu o nascimento da Igreja neste eflúvio de sangue e água, símbolos do batismo e da Eucaristia.
A Eucaristia é por excelência o mistério da fé, porque nela se encerram todos os sacramentos e tudo o que significa ser cristão. A Eucaristia faz a Igreja e a Igreja faz a Eucaristia.



+Dom Eduardo Rocha Quintella
Bispo Diocese Belo Horizonte

domingo, 21 de outubro de 2012

Amor de Deus é Realidade


O primeiro e fundamental anúncio que a Igreja tem a missão de levar ao mundo, e que o mundo espera da Igreja, é o amor de Deus. No entanto, é preciso que os evangelizadores estejam imersos nesse amor para poderem transmitir essa certeza com credibilidade.
Amor é um sentimento, uma inclinação, uma bondosa disposição de Deus para nós. É algo real. É, ao pé da letra, o amor de Deus, o amor que circula na Trindade entre Pai e Filho e que, na encarnação, assumiu uma forma humana e agora nos é participado sob a forma de inabilitação.
 O primeiro a se fazer não é reamar a Deus ou amar-nos como Deus nos amou. Primeiro temos outra coisa a fazer. Crer no amor de Deus. É a fé. Mas aqui se trata de uma fé especial: A fé que não sabe entender daquilo em que crê, mesmo crendo.
Enquanto, no âmbito humano, os dois tipos de amor costumam estar claramente repartidos, o Deus bíblico também ama como mãe. Ainda mais, o amor esponsal também é linguagem que atravessa toda a Sagrada Escritura e revela que o homem deseja Deus.
Já a encarnação é a etapa culminante do amor de Deus. Por muito tempo a resposta ao porquê de Deus ter se encarnado foi para nos redimir do pecado, mas, na verdade, é o amor o motivo fundamental da encarnação.
 Deus quis a encarnação do Filho não só para ter alguém fora de si mesmo que o amasse de maneira digna de si, mas também e principalmente para ter fora de si mesmo alguém a quem amar de maneira digna de si.
E este é o Filho feito homem, em quem o Pai encontra toda a sua complacência e com quem fomos todos feitos filhos no Filho, aponta que Cristo não é somente a prova suprema do amor de Deus, mas o próprio amor de Deus que tomou forma humana para poder amar e ser amado a partir de dentro da nossa situação.
 Eis a resposta da revelação cristã que a Igreja recolheu de Cristo e explicitou no seu credo: Deus é amor em si mesmo, antes do tempo, porque desde sempre Ele tem em si um Filho, o Verbo, a quem ama com amor infinito, que é o Espírito Santo. Em todo amor há sempre três realidades ou sujeitos: um que ama, um que é amado e o amor que os une. Na Criação, Revelação e Encarnação.

+Dom Eduardo Rocha Quintella
Bispo Diocese Belo Horizonte


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