segunda-feira, 30 de junho de 2014

MORTE E VIDA – 30/06/2014

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A ressurreição de Jesus é um mistério, um fato de ordem sobrenatural, que se situa para além da experiência humana. Embora ultrapasse os nossos sentidos e vá além de nossa experiência, a ressurreição de Cristo é um acontecimento real, isto é, pode ser comprovado. É o ponto central da pregação dos Apóstolos.

Cristo anunciou diversas vezes e de modos distintos que ressuscitaria. Jesus teve a delicadeza de preparar a Sua ressurreição, ressuscitando pessoas. Em sua peregrinação terrena, Jesus exprimiu muitas vezes, por gestos e palavras, a grande esperança da vida que viera oferecer a cada um de nós que cremos.

O que seremos depois já o é agora, ressuscitados na fé e na esperança. No batismo fomos sepultados com Cristo para nele ressuscitarmos para uma vida nova, somos enviados a proclamar o Evangelho da vida com a força de Cristo ressuscitado. Aliás, a vida cristã é duelo radical entre a morte e a vida. Não fomos criados para a morte, mas para vivermos eternamente.

Devemos, portanto, instaurar uma nova cultura da vida, que seja fruto da cultura da verdade e do amor. Com sua ressurreição, Cristo abriu definitivamente o caminho da vida. Ele, Vida que não morre, reabriu a esperança toda a existência humana.

Com Cristo ressuscitado, somos convidados a viver na esperança da feliz ressurreição. Em busca de uma sociedade fraterna, solidária e justa, empenhemo-nos em proporcionar às Pessoas seus direitos e dignidade.

Dom Eduardo Rocha Quintella
Bispo Diocese Belo Horizonte

domingo, 29 de junho de 2014

IGREJA ESCOLA DO AMOR – 29/06/2014

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A Igreja é o lugar aonde aprendemos a amar. Podemos dizer que a Igreja é a escola do amor. É na Igreja que se ama a quem nos rodeia, quer sejamos aqueles que sofrem ou os que sofrem com eles, ou os que sofrem por causa deles.

Por isso insistimos nesta dimensão pastoral da igreja, de relações que mostram nossas atitudes, ações, trabalhos e sofrimentos.

Se alguém crê que cumprir a missão da igreja difere desse companheirismo, está equivocado. É por ver como se amam que as pessoas procuram a Jesus Cristo. É porque todos podem ser um convivendo cotidianamente, que o mundo crê em Jesus.

Não são muitos os que pensam que a tarefa missionária se cumpre do exercício constante da oração. Há pouca ênfase nisto; e muito menos na oração comunitária.

Quando surge uma atividade especial, é elogiada com trombetas e flautas, mas não uma que seja realizada fielmente por uma comunidade que se reúne para orar com regularidade em um lugar determinado. Inclusive em casas particulares.

No entanto, todos os dias, no templo e nas casas, é significativo ensinar e pregar Jesus Cristo; orar pela expansão do evangelho.

Raras são as ocasiões em que se estuda, a níveis populares, sobre os inúmeros homens e mulheres que através dos séculos se têm dedicado a orar, de forma intensa, pelo trabalho missionário.

Nem se considera a própria oração como uma tarefa apostólica recomendada por Jesus. Mas é um imperativo fazê-la, a fim de estimular em nosso mundo contemporâneo à oração de todos os santos da igreja contemporânea, com a lembrança daqueles que nos antecederam.

Dom Eduardo Rocha Quintella
Bispo Diocese Belo Horizonte

sábado, 28 de junho de 2014

A IGREJA QUE QUEREMOS – 28/06/2014

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A Igreja Presente no mundo dos Humanos, está sempre oferecendo a todas as pessoas a Salvação Redentora de Nosso Senhor Jesus Cristo

Nós somos escolhidos por Deus para fazer parte de sua família e assim sendo deve ser um grande privilégio para todos nós sermos encontrados ao lado de Deus. Deus quer o nosso coração antes de qualquer outra coisa.

Na igreja nós encontramos um ambiente onde os nossos dons e talentos podem ser exercitados, aprimorados para a missão. Nós assumimos o compromisso no batismo e profissão de fé orar e sustentar a igreja. A igreja somos nós e nós fazemos a igreja que queremos.

As pessoas devem saber que você é um cristão comprometido com Deus e com a igreja. Não deixe de testemunhar e convidar as pessoas para que venham a igreja com você.

A igreja somente experimentará um crescimento quando os seus membros estiverem demonstrando entusiasmo para com as coisas de Deus.

Quero convidar você a colocar a sua vida diante de Deus e pedir que ele use você para a Glória do Seu nome. Não se contente em ser apenas um observador.

Integrem-se nas fileiras daquelas pessoas que têm colocado os seus nomes na história de transformar este mundo para Cristo.

Dom Eduardo Rocha Quintella
Bispo Diocese Belo Horizonte

sexta-feira, 27 de junho de 2014

JESUS EUCARÍSTICO – 27/06/2014

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A felicidade que nós procuramos a felicidade que temos direito de saborear, tem um nome, um rosto: o de Jesus de Nazaré, oculto na Eucaristia.

Somente Ele dá plenitude de vida à humanidade. Diga como Maria, o seu sim ao Deus que quer se entregar a você.

Quem deixa Cristo entrar na própria vida não perde nada, nada, absolutamente nada do que faz a vida livre, bela e grande.

Somente com esta amizade se abrem completamente as portas da vida. Só com esta amizade se abrem realmente as grandes potencialidades da condição humana.

Só com esta amizade, experimentando o que é belo e o que nos liberta. Esteja plenamente convencido:

Cristo não elimina nada do que existe de formoso e grande em você, mas leva tudo à perfeição, para a glória de Deus, a felicidade dos homens e a salvação do mundo.

Dom Eduardo Rocha Quintella
Bispo Diocese Belo Horizonte

quinta-feira, 26 de junho de 2014

A GRAÇA SALVADORA DO PAI – 26/06/2014

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Deus age pela unidade, mas também pelas variedades. Isso pode ser observado na criação. Deus atrai a Si pessoas de todos os ambientes, talentos, temperamentos. No mundo humano, a variação humana é frequentemente considerada um problema a superar. Deus a considera uma oportunidade de fazer uso de todo o espectro humano para levar Sua mensagem ao mundo.

O orgulho está no centro da desunião, enquanto a humildade está no centro da reconciliação (Filip. 2:2-8). A gentileza ou mansidão é essencial para a unidade da igreja. Sendo o oposto da autoafirmação, a mansidão não reage diante das ofensas. Paciência significa resistência diante da aflição, recusa de vingar as injustiças, e não abrir mão da esperança de reparar relacionamentos interrompidos.

Suportar uns aos outros envolve o entendimento da outra pessoa e disposição para se perdoarem e aceitar-se mutuamente. Evidentemente, todas essas graças têm suas raízes no amor, e é esta prática ativa do amor que preserva as relações e promove paz e unidade na comunidade cristã e além.

Nosso corpo compõe-se de diferentes partes que realizam diferentes funções. Mas tudo para o crescimento e melhoramento do corpo. Como indivíduos, cada um de nós cuida de seus próprios interesses. O eu é nossa prioridade, mas quando nos tornamos cristãos, devemos ter um alvo: glorificar a Deus. Trabalhando juntos para alcançar um alvo, cresceremos.

Quando nos tornamos cristãos, Cristo deu significado à nossa vida: Sua glorificação e a edificação de Seu corpo, a igreja. Embora sempre sejamos pessoas diferentes, temos sempre diferentes partes a desempenhar porque estamos trabalhando para alcançar o mesmo alvo. É assim que Cristo pode levar-nos à unidade na diversidade.

Deus ordenou a unidade do corpo cristão. Um Deus, por meio de um Cristo nos redimiu do pecado, deu-nos uma fé, nos regenerou por um Espírito, nos fez membros de um corpo por meio de um batismo, e nos deu uma esperança eterna. Toda a Divindade está envolvida na unidade da igreja. Esse tema está em harmonia com o espírito da epístola, que frequentemente enfatiza o papel da Trindade na história da redenção.

O livro de Efésios foi escrito por Paulo enquanto era prisioneiro em Roma aguardando julgamento. Ele havia fundado a igreja de Éfeso em sua terceira viagem missionária, três a cinco anos antes. Visto que não podia visitar novamente a igreja de Éfeso, escreveu para eles uma carta a fim de fortalecê-los e confirmá-los na graça de Deus e no evangelho de Cristo, bem como para encorajá-los a realizar suas obras de serviço e santidade em resposta à graça salvadora de Deus.

O Espírito Santo promoveu a unidade na igreja formando um corpo, habitando na igreja universal e sendo a esperança da redenção futura. O Filho promoveu a unidade na igreja sendo a cabeça da igreja, o objeto de fé de todos os crentes, e Aquele em quem todos os crentes são identificados.

O Pai promoveu a unidade da igreja sendo o Pai de todos, o soberano sobre todos, vivendo através de todos, e habitando em todos os crentes.

Dom Eduardo Rocha Quintella
Bispo Diocese Belo Horizonte

quarta-feira, 25 de junho de 2014

IGREJA MISSIONÁRIA – 25/06/2014

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No próximo domingo, dia 29 de junho, a Igreja celebra a Solenidade de Pedro e Paulo. Duas colunas da Igreja. O que podemos destacar destes dois grandes apóstolos, entre tantas características, obras e testemunhos de cada um deles. Pedro e Paulo são diferentes por natureza, mas idênticos no amor a Cristo e à Igreja.

São Paulo foi, sem dúvida, o grande propagador do Evangelho dentre as nações, para a vivência do Reino de Deus. Contudo, este fecundo apostolado só foi possível devido à sua fidelidade à sua missão.

Do encontro com Jesus, Paulo se transforma no apóstolo que irá testemunhar Cristo até os extremos da terra, tornando realidade a universalidade da Igreja, da qual Pedro é o guardião. Pedro e Paulo representam duas dimensões da vocação apostólica, diferentes, mas complementares.

As duas foram necessárias, para que pudéssemos comemorar hoje os fundadores da Igreja, que diante de tantas hostilidades que a sociedade da época criou com relação ao cristianismo, encheram-se de coragem e, de modo determinado, tudo enfrentaram por causa do Evangelho.

Esses dois carismas continuam se complementando até hoje na Igreja: a responsabilidade institucional e a criatividade missionária, para que todos os fiéis conservem esta fidelidade a Cristo e lutem pelos valores do Evangelho.

A Liturgia desta solenidade nos chama a sermos presença ativa, assumindo a nossa responsabilidade na Igreja, para que sejamos sempre mais comunhão no interior dela e sejamos sempre mais missão no mundo de hoje.

Hoje é um dia que nos faz sentir-nos chamados, na caridade e no empenho para com tantos famintos de pão e de Deus, aos quais devemos chegar como um sinal concreto de um Deus que é amor para todos os seus filhos.

Dom Eduardo Rocha Quintella
Bispo Diocese Belo Horizonte

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Caminho de Cura Interior - 23/06/2014

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O ser humano não pode ser curado em seu interior através da mera disciplina. O lidar com os pensamentos e os exercícios concretos é um bom auxilio para as paixões se aquietarem e a alma tornar saudável. Mas só a contemplação produz a verdadeira cura. Assim experimentaram os monges e assim deveremos experimentar em nossa vida.
A Contemplação é a oração pura, é a oração continuada, a oração acima dos pensamentos e sentimentos, a oração de união com Deus. A Oração contemplativa é o presente mais belo que Deus nos agraciou. A dignidade humana consiste em unir-se a Deus através da Oração. Existe afinal algo que seja melhor que um tratamento íntimo com Deus e que seja mais elevado que viver inteiramente em sua presença. A oração é a ascensão do espírito para Deus.
O Espírito Santo condutor de nossa oração tem compaixão de nossas fraquezas e frequentemente vem em nosso auxílio, mesmo que nós não sejamos dignos dele. Se ele nos procura, enquanto lhe oramos por amor à verdade, ele nos inunda e nos ajuda a nos desprendermos de todos os raciocínios e pensamentos que nos mantém presos a nós mesmos, conduzindo-nos assim à oração espiritual.
Quando verdadeiramente oramos, nasce em nós um profundo sentimento de confiança a nos revelar todo o sentido da criação. A oração é o comportamento que corresponde à dignidade do espírito; ou, melhor ainda, é a sua mais nobre e apropriada ação.
É através da oração de contemplação que alcançamos o estado da mais profunda paz. Descobrimos em nós um espaço do puro calar. E é ai que Deus mesmo habita em nós. E este espaço, que é o espaço de silêncio em nós: chama-se Lugar de Deus ou Visão de Paz.
É através da oração que o homem vê sua própria luz. E é por esta luz que ele descobre a sua própria natureza, que é toda reluzente e tem parte na luz de Deus. Neste lugar de Deus, no lugar da paz no interior da alma, tudo é silêncio e ai só Deus habita. Ai tudo é curado. É também ai que, no amor de Deus, todas as feridas que a vida possa nos ter infligido são cicatrizadas.
Ai desaparecem todos os pensamentos em relação às pessoas que nos feriram. Nossas paixões não têm ai nenhum acesso; ai também os homens não podem atingir-nos com suas expectativas, opiniões e preconceitos. Pois é ai que nos unimos a Deus, mergulhados em sua luz, em sua paz, em seu amor. Esta é a meta do caminho Espiritual.
Somente quando sentirmos que a realidade é propriamente mais profunda, isto é, que é Deus a realidade mais profunda, nos libertaremos de nossos problemas. É através da oração que podemos mergulhar no espaço do verdadeiro silêncio; silêncio em que tudo está salvo, curado e integrado; silêncio no qual nos é dado sentir uma profunda paz, apesar de todas as feridas e humilhações.

Dom Eduardo Rocha Quintella
Bispo Diocese Belo Horizonte

domingo, 22 de junho de 2014

A EUCARISTIA E A INTEGRIDADE DO HOMEM – 22/06/2014

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A vida litúrgica tem, igualmente, uma visão particular do homem, visão que parece vir de encontro ao homem de nosso tempo e a suas necessidades. Ele herdou de uma tradição teológica plurissecular a angústia do próprio ser dividido em alma e corpo, espírito e matéria. Herdou o dilema de ter que escolher entre esses elementos, posto que, para ele, a esfera propriamente espiritual é incompreensível. Em uma tradição litúrgica o homem participa como homem integral no encontro com Deus.

Ele não fecha os olhos, segundo o modelo da piedade ocidental, para buscar um encontro com Deus que seja desmaterializado (e que no final nada mais é do que uma relação psicológica). Tal defesa da natureza unitária do homem não poderia talvez for aceita por uma humanidade que já deixou, e ninguém pode repreendê-la por isso, de pensar com as categorias antropológicas do platonismo e do aristotelismo.

Mas, além de defender a própria integralidade, o homem reencontra na eucaristia outra qualidade fundamental, cuja perda acabou por criar uma crise real em sua consciência e em sua vida. A Eucaristia não é o lugar do simples encontro de cada indivíduo com Deus. Ela é, na sua essência, uma manifestação social e eclesial, e como tal é conservada, mesmo que simbolicamente.

Talvez não haja nenhuma outra manifestação da existência eclesial em que os cristãos cessem de maneira análoga de operar como indivíduos para transformar-se em Igreja. Na Eucaristia a oração, a fé, o amor, a caridade (todas as coisas que os fiéis realizam por própria conta) deixam de ser a manifestação de um eu e se fazem manifestações de um nós, enquanto que toda a relação do homem com Deus se torna uma relação de Deus com o seu povo, com a sua Igreja.

A eucaristia não é somente comunhão de cada indivíduo com Cristo, mas é, em primeiro lugar, comunhão dos fiéis entre si e unidade no corpo de Cristo, não muitos corpos, mas um só corpo, como observa João Crisóstomo fielmente interpretando a Paulo. Assim também esta verdade bíblica segundo a qual o caminho para Deus passa indispensavelmente pelo caminho para o próximo, manifesta a própria vitalidade na visão do homem a partir da Eucaristia. É neste modo que o homem deixa de ser indivíduo e emerge como pessoa.

A pessoa não é uma realidade que constitui uma engrenagem de qualquer maquinário ordenado a qualquer fim, por mais justo que seja tal fim (visão, essa, tipicamente coletivista). Também não é um meio em vista de um fim. É o fim de si mesma imagem e semelhança de Deus, que somente na comunhão com Deus e com os outros encontra a própria justificação.

O homem moderno vive quotidianamente sob o peso da oposição entre indivíduo e coletividade. Sua vida social não é communio, mas societas, e sua reação violenta e justificada contra o coletivismo o leva ao individualismo, que é, paradoxalmente, o próprio pressuposto do coletivismo, já que não tem outra escolha.
A tradição cristã não lhe ofereceu uma antropologia que o justificasse como pessoa, já que mesmo na Igreja é sempre olhado ora através do espelho deformante do individualismo, ora através daquele da coletividade. A liturgia pressupõe e conduz a uma antropologia na qual o homem não pode ser entendido a não ser como nova criatura em Cristo.

A liturgia não faz teologia, não formula definições, ela indica e revela, responde à pergunta: O que é o homem, endereçando a Cristo como ao homem por excelência, isto é, como ao homem um com Deus, feito Deus.

Aquele no qual o homem, unido através da comunhão divina, se transforma naquilo que verdadeiramente é: um homem em toda a sua plenitude. Tudo isso constitui a experiência de quem participa da liturgia.

Mas, o que acontece depois que somos despedidos em paz e retornamos ao mundo. Que significado pode ter a eucaristia para a vida ética e comunitária do mundo.

Dom Eduardo Rocha Quintella
Bispo Diocese Belo Horizonte

sábado, 21 de junho de 2014

AÇÃO EVANGELIZADORA DA IGREJA – 21/06/2014

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O objetivo central da Igreja, sacramento universal do Pai, é despertar a solidariedade dos seus fiéis e da sociedade em relação aos problemas concreto que envolve a sociedade brasileira, buscando caminhos de solução.

A ação evangelizadora, por outro lado, não pode ficar restrita aos momentos litúrgicos. A promoção e a vivência devem acontecer também na catequese, nos encontros de grupos de famílias, nos meios de comunicação social, em mesas-redondas, em palestras, seminários e cursos.

Os três objetivos permanentes da ação Evangelizadora são: despertar o espírito comunitário na Igreja Católica, comprometendo, particularmente, os cristãos na busca do bem comum.

Educar para a vida em fraternidade, com base na justiça e no amor, exigências centrais do Evangelho. Renovar a consciência da responsabilidade de todos pela ação da Igreja Católica na evangelização e na promoção humana, tendo em vista uma sociedade mais justa e solidária.

A vida fraterna estabelece que o homem, enquanto animal político, fez uma escolha consciente pela vida em sociedade e para tal estabelece com seus semelhantes uma relação de igualdade.

Este conceito é a chave para a plena configuração da cidadania entre os homens, pois, por princípio, todos os homens são iguais. De certa forma, a fraternidade não é independente da liberdade e da igualdade, pois para que cada uma efetivamente se manifeste é preciso que as demais sejam válidas.

Para eficaz e frutuosa ação da Evangelização, como de todo programa pastoral, é indispensável reavivar, a cada ano, o processo de seu planejamento. Isto não acontece sem eficientes equipes de coordenação nos diversos níveis. Equipes entusiastas, dinâmicas, criativas, com profunda espiritualidade e zelo apostólico.

Especial compromisso das equipes nos diversos níveis deve ser a de plasmar cada vez a Evangelização. Evitando a novidade pela novidade, as equipes saberão utilizar sua criatividade para realizar algo realmente novo.

É significativo que se abra, mais pastorais, dentro da caminhada eclesial para propor à sociedade, uma transformação e conversão para a verdadeira dignidade humana no respeito à vida de todos.

Dom Eduardo Rocha Quintella
Bispo Diocese Belo Horizonte.

sexta-feira, 20 de junho de 2014

AUSENTE E PRESENTE – 20/06/2014

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A Fé em Jesus leva-nos a viver como Ele viveu. E a maneira de Jesus viver é totalmente contrária ao modelo de vida que nos é apresentado pelo mundo tão conturbado.

Somos convidados a sermos testemunhas fiéis na Fé, na Caridade, no bom exemplo cristão porque o bem nunca muda. Por isso, durante este espaço da vida que temos aqui na Terra, precisamos ser adestrados no amor.

Assim como aprendemos a cantar, cantando; a nadar, nadando; a tocar violão, tocando; também se aprende amar, amando. Por isso Deus nos pôs ao lado uns dos outros e nos fez família.

Suscitou no coração de cada um de nós a capacidade de amar. Na vida, há momentos de luz e de sombras: às vezes, tudo parece claro; outras vezes, não se vê bem quase nada.

Nossa Fé passa também por períodos contrastantes que até se alternam num ciclo de presença e de ausência. Trata-se de uma pedagogia da vida, do próprio mistério de Deus que se dá a conhecer, mas nos indica que Ele se ausenta sem deixar de estar presente.

Esse aparente paradoxo traz consigo uma possibilidade de nos fazer crescer na fé. Para quem crê, não é difícil descobrir a misteriosa, mas Real Presença de Cristo.

Caminhar nas pegadas de Jesus, hoje, é ser chamado a uma vida comunitária, como resistência contra-cultural, enraizada no silêncio, na solidão e na oração, em solidariedade com todos, especialmente os mais pobres de nossa sociedade.

Assim como as plantas não crescem se puxarmos suas folhas, mas ao contrário, só crescerão quando as regarmos e oferecemos o calor do sol e uma terra fértil, assim também somos nós.

Ninguém cresce se não encontrar um ambiente que ofereça gratuitamente amor declarado, presença sincera, verdade amorosa, vibrante encorajamento. É desta forma que fazemos com que plantas e pessoas cresçam tornando-se tudo o que possuem como semente.

Dom Eduardo Rocha Quintella
Bispo Diocese Belo Horizonte

quinta-feira, 19 de junho de 2014

FESTA LITÚRGICA DO CORPO DE CRISTO – 19/06/2014

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Dois pontos fundamentais concorrem para a nossa reflexão neste acontecimento festivo: primeiramente o próprio Corpo de Cristo apresentado e doado e depois o peregrinar do povo em procissão.
O centro de tudo é o Mistério Eucarístico, o Cristo Pão da Vida, que acompanha e alimenta fortalecendo o povo de Deus que peregrina na história em busca do amanhã eterno.
Este alimento já é eterno. O peregrinar ainda é temporal. O alimento é divino. O peregrinar ainda é do homem que se põe na estrada da vida esquecendo-se do que fica para trás e avançando para o que está diante, prosseguindo para o alvo, para o prêmio da vocação do alto, que vem de Deus em Cristo Jesus (cf. Fil. 3,13-14).
É nesta perspectiva que quero pensar com você, caro leitor, esta Festa Litúrgica. Poderíamos, muito bem, buscar uma reflexão levando em conta os aspectos que deram origem a esta celebração, tais como a questão da afirmação da presença real de Cristo na Eucaristia ou outros aspectos que ao longo da história a piedade popular se encarregou de ir acrescentando a esta festa, como os enfeites das ruas e praças.
Antes de tudo, Corpus Christi nos faz olhar para o mistério do Senhor Deus que se reduz a um pedaço de pão consagrado, o Cristo sacramentado. Cristo, doação e entrega. Cristo, sustento e alimento na caminhada, que confirma a sua presença e revigora o discípulo na missão.
Hoje, neste “Corpus Christi”, este Senhor se apresenta nesta pequena partícula de pão e vem interferir na vida de todos nós. Interfere na vida da cidade, grande ou pequena, mesmo secularizada e paganizada, mudando o roteiro do seu trânsito, substituindo o burburinho das suas multidões que se comprimem e correm em busca de tanta coisa no seu dia a dia por um povo de Deus, caminheiro e peregrino, ocupando o seu espaço, possuindo as suas ruas transformando-as em objeto de contemplação.
A multidão dos adoradores do Cristo vivo, porém, e que se alimenta dele, passa em procissão marcando o sinal de uma Igreja viva que está a caminho, que é peregrina consciente de sua missão de apresentar e levar Jesus Cristo Salvador ao mundo, de testemunhá-lo como Senhor da vida e da história, de acompanhá-lo na caminhada, de ser alimentada e fortalecida por este Pão que dá a vida ao mundo.
Mesmo que para o mundo a procissão passe, os enfeites sejam pisoteados e o folclore termine, para nós cristãos fica a certeza e a garantia de que a peregrinação continua e o Corpo de Cristo permanece na Eucaristia sendo o grande sinal da doação plena, da entrega radical, e do sustento eterno concedido gratuitamente a nós como banquete que gera vida e fraternidade.

Dom Eduardo Rocha Quintella
Bispo Diocese Belo Horizonte

quarta-feira, 18 de junho de 2014

EXPERIÊNCIA DE AMOR – 18/06/2014

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É muito comum ouvirmos dizer que a família é o lugar mais importante de nossas vidas, que nela aprendemos muitas coisas. Porém percebemos que ela nem sempre é tão perfeita como gostaríamos que fosse, já que algumas vezes, em seu interior, deparamos com diferentes tipos de problemas: brigas, mal-entendidos, desemprego, comportamentos inadequados, dificuldade de aceitar regras e limites.

O ser humano não é perfeito. Temos muitas falhas, e é na família que muitas delas surgem, por ser com ela que normalmente convivemos, ao menos intimamente, a maior parte de nosso tempo. Às vezes estar próximo demais das pessoas parece só trazer problemas. Mas Deus quis que tivéssemos nossa vida em família para fazermos a experiência de: viver em comunidade; aprender a ouvir; saber ser paciente; respeitar o ritmo dos outros; saber a hora certa de dar e receber conselhos; poder ajudar quando possível e necessário.

Todos esses sinais de companheirismo e cumplicidade nos permitem fazer a experiência do amor, e quem ama só pode querer bem ao outro. Esse é o principal sinal da presença de Deus na família. Quanto aos problemas que surgem no decorrer da vida, eles aos poucos vão sendo superados.

Muitas vezes, após alguns anos, a família se encontra e começa a recordar o passado e lembrar fatos que foram dolorosos e alegres, alguns dos quais até se tomando motivo de piada. Nesses momentos em que recordamos as várias experiências vividas em família, sejam elas boas ou sofridas, é que percebemos quanto os laços de amor se tomaram mais fortes.

O que faz a família ser testemunha da boa nova e sinal da presença de Deus não é os problemas, mas sim os sentimentos que a unem e que todos cultivam entre si, mesmo quando a convivência não ocorre na mesma casa.

Dom Eduardo Rocha Quintella
Bispo Diocese Belo Horizonte.

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