quarta-feira, 12 de março de 2014

Dom Eduardo R. Quintella – Bispo Diocesano de Belo Horizonte - Comenta a Vida e missão de Santa Terezinha do Menino Jesus.

12/03/2014

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Igreja e Missão em Teresa de Lisieux.

Muitos cristãos ainda têm a distorcida ideia de santidade ligada apenas ao martírio, às grandes obras, aos grandes espaços, aos tratados de teologia. Se muitos santos, realmente passaram essa imagem, Santa Teresinha do Menino Jesus muda o panorama.
Teresa de Lisieux passou sua vida religiosa na clausura de um Carmelo e foi, todavia, declarada Padroeira das Missões, porque soube unir a espiritualidade contemplativa com sua dimensão apostólica.
Ao mesmo tempo, transmitiu a sua experiência evangélica com uma linguagem simples e vital, capaz de ser compreendida e assimilada pelos crentes de todos os povos e de todas as culturas. Adiantou-se ao Concílio Vaticano II no retorno ao Evangelho e à Palavra de Deus, ao Jesus da História e a seu mistério pascal de morte e ressurreição.
Salientou a primazia do amor na Igreja. Corpo de Cristo. Testemunhou a espiritualidade da vida ordinária e o chamado universal à santidade. A experiência e a doutrina de Teresa de Lisieux mulher, cobra especial valor em nossa época, na qual vão se abrindo novas perspectivas de presença e ação para ela na sociedade e na Igreja.
A mulher está chamada a ser um sinal da Ternura de Deus com o gênero humano, a enriquecer a humanidade com seu feminino. E ambas as coisas realizou Teresa em sua vida e seus escritos. Sua missão tem a sido a de recordar-nos o essencial da mensagem cristã: que Deus é amor e que se entrega gratuitamente aos evangelicalmente pobres; que a santidade não é fruto de nosso esforço, senão da ação divina, que somente nos pede um abandono amoroso à sua graça salvadora.
Por isso seus ensinamentos não perderam atualidade e tem tido uma influência tal, que mais de trinta Conferências Episcopais e milhares de cristãos do mundo todo pediram que fosse declarada Doutora da Igreja.
A leitura das obras de Teresa de Lisieux, feita no contexto social e eclesial de nosso tempo e a partir de nossa própria cultura, ajudar-nos-á a centrar-nos no essencial: a abertura confiada a Deus, Pai amoroso, que nos ama e compreende; o seguimento de Jesus, nosso irmão, presente e próximo, caminho, verdade e vida; a docilidade ao Espírito Santo, que conduz a história eclesial e nossa pequena história pessoal.
E tudo isso na aceitação de nossa pobreza e fraqueza, com a certeza de que nada, nem ninguém pode nos separar do amor de Deus em Cristo Jesus (cf. Rm 8,37-39).
Esperamos que Teresa sirva para manter vivo o dinamismo, que deverá transformar-se num momento de graça para toda a Igreja: religiosos, religiosas, sacerdotes, leigos e crentes de outras confissões.

Dom Eduardo Rocha Quintella
Bispo Diocese Belo Horizonte

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