quinta-feira, 19 de junho de 2014

FESTA LITÚRGICA DO CORPO DE CRISTO – 19/06/2014

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Dois pontos fundamentais concorrem para a nossa reflexão neste acontecimento festivo: primeiramente o próprio Corpo de Cristo apresentado e doado e depois o peregrinar do povo em procissão.
O centro de tudo é o Mistério Eucarístico, o Cristo Pão da Vida, que acompanha e alimenta fortalecendo o povo de Deus que peregrina na história em busca do amanhã eterno.
Este alimento já é eterno. O peregrinar ainda é temporal. O alimento é divino. O peregrinar ainda é do homem que se põe na estrada da vida esquecendo-se do que fica para trás e avançando para o que está diante, prosseguindo para o alvo, para o prêmio da vocação do alto, que vem de Deus em Cristo Jesus (cf. Fil. 3,13-14).
É nesta perspectiva que quero pensar com você, caro leitor, esta Festa Litúrgica. Poderíamos, muito bem, buscar uma reflexão levando em conta os aspectos que deram origem a esta celebração, tais como a questão da afirmação da presença real de Cristo na Eucaristia ou outros aspectos que ao longo da história a piedade popular se encarregou de ir acrescentando a esta festa, como os enfeites das ruas e praças.
Antes de tudo, Corpus Christi nos faz olhar para o mistério do Senhor Deus que se reduz a um pedaço de pão consagrado, o Cristo sacramentado. Cristo, doação e entrega. Cristo, sustento e alimento na caminhada, que confirma a sua presença e revigora o discípulo na missão.
Hoje, neste “Corpus Christi”, este Senhor se apresenta nesta pequena partícula de pão e vem interferir na vida de todos nós. Interfere na vida da cidade, grande ou pequena, mesmo secularizada e paganizada, mudando o roteiro do seu trânsito, substituindo o burburinho das suas multidões que se comprimem e correm em busca de tanta coisa no seu dia a dia por um povo de Deus, caminheiro e peregrino, ocupando o seu espaço, possuindo as suas ruas transformando-as em objeto de contemplação.
A multidão dos adoradores do Cristo vivo, porém, e que se alimenta dele, passa em procissão marcando o sinal de uma Igreja viva que está a caminho, que é peregrina consciente de sua missão de apresentar e levar Jesus Cristo Salvador ao mundo, de testemunhá-lo como Senhor da vida e da história, de acompanhá-lo na caminhada, de ser alimentada e fortalecida por este Pão que dá a vida ao mundo.
Mesmo que para o mundo a procissão passe, os enfeites sejam pisoteados e o folclore termine, para nós cristãos fica a certeza e a garantia de que a peregrinação continua e o Corpo de Cristo permanece na Eucaristia sendo o grande sinal da doação plena, da entrega radical, e do sustento eterno concedido gratuitamente a nós como banquete que gera vida e fraternidade.

Dom Eduardo Rocha Quintella
Bispo Diocese Belo Horizonte

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