sábado, 12 de abril de 2014

Tríduo Pascal

12/04/2014

A unidade do mistério pascal que vamos celebrar nesta semana maior do Cristianismo, tem algo importante a nos ensinar. Diz-nos que a dor não somente é seguida pelo gozo, senão que já o contém em si.

Jesus expressou isto de diferentes maneiras. Parece como se a dor fosse um dos ingredientes imprescindíveis para chegar a alegria.

A metáfora da mulher com dores de parto o expressa maravilhosamente. Sua dor, efetivamente, engendra alegria, a alegria de que ao mundo lhe nasceu um homem.
Outras imagens vão à memória.

Todo o ciclo da natureza fala de vida que sai da morte: Se o grão de trigo, que cai na terra, não morre, fica sozinho; mas se morrer, produz muito fruto.

A ressurreição é nossa páscoa; é um passo da morte à vida, da escuridão à luz, do jejum à vida. O sofrimento não é bom em si mesmo; portanto, não devemos buscá-lo como tal.

A expressão cristã referente a ele é positiva e realista. Na vida de Cristo, e sobre tudo na sua cruz, vemos seu valor redentor.

O crucifixo não deve reduzir-se a uma dolorosa lembrança do muito que Jesus sofreu por nós. É um objeto no que podemos nos glorificar porque está transfigurado pela glória da ressurreição.

Nossas vidas estão recheadas de gozo e de dor. Fugir da dor e as penas a toda prova, e procurar gozo e prazer por si mesmos são atitudes masoquistas.

O caminho cristão é o caminho iluminado pelos atos e ensinamentos de Jesus. É o caminho da cruz, que é também o da ressurreição; é esquecimento de si, é perder-se por Cristo, é vida que brota da morte.

O mistério pascal que celebramos nos dias do sagrado tríduo é a nossa peregrinação, que devemos priorizar, em nossas vidas.

+Dom Eduardo Rocha Quintella
Bispo Diocese Belo Horizonte

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