Do fatalismo à fé
A fé remove montanhas em nossas vidas...
Somos continuamente tentados pelo fatalismo.Quando dizemos: “bem, tendo sido sempre tão impaciente, acho que o remédio é aceitar a realidade”, estamos sendo fatalistas. Quando dizemos: “Aquele homem nunca teve um pai ou uma mãe amorosos; não nos devemos admirar que tenha acabado na cadeia!”, falamos como fatalistas. Quando dizemos: “Ela foi importunada sexualmente muitas vezes em criança; como é que querem que alguma vez tenha uma relação saudável com algum homem!?”, estamos deixando que o fatalismo nos sobreponha. Quando dizemos: “As guerras entre as nações, a morte de fome de milhões de pessoas, a epidemia da Aids e a depressão econômica em todo o mundo estão ai a demonstrar que há poucos motivos para a esperança”, tornamo-nos vítimas do fatalismo.
O fatalismo é a atitude que faz com que vivamos como vítimas passivas de circunstâncias externas fora do nosso controle.
O oposto do fatalismo é a fé. A fé é a certeza profunda de que o amor de Deus é mais forte que todos poderes anônimos do mundo e que pode transformar-nos de vítimas das trevas em servos da luz.
Depois de Jesus ter expulsado o demônio de um rapaz lunático, os seus discípulos perguntaram-lhe: “Porque é que nós não fomos capazes de expulsar?”. Jesus respondeu: “É por que vocês não têm bastante fé. Eu garanto a vocês, se tiverem fé do tamanho de uma semente de mostarda, podem dizer a esta montanha: Vá daqui para lá, e ela irá. E nada será impossível para vocês” (Mt 17,19-20).
É importante identificarmos as várias formas de pensar, falar ou agir com fatalismo e convertê-las, pouco a pouco, em momentos de fé. Este movimento do fatalismo para a fé é um movimento que removerá as frias trevas do nosso coração, transformando-nos em pessoas cuja fé no poder do amor pode, realmente, fazer mover montanhas em nossas vidas.
O Evangelho nos mostra o surpreendente amor que Maria Madalena tinha por Jesus e a conseqüente experiência que ela faz da presença do Ressuscitado em sua vida, que a levou a exclamar “Mestre” e a segurá-lo a ponto de o próprio Ressuscitado pedir-lhe que não o segurasse pois ainda não havia subido para junto de Deus. De fato, somente quem ama verdadeiramente a Jesus o reconhece como verdadeiro Mestre e faz a experiência de sua presença viva e amorosa no seu dia a dia. Mas esta experiência necessariamente faz da pessoa um evangelizador. Assim que Maria Madalena fez a experiência do encontro pessoal com Jesus Ressuscitado, foi anunciar esta verdade, removendo todas as montanhas de sua vida.
Estamos vivendo em um mundo que é marcado pela diferença
vista não pelo critério da intercomplementariedade, mas pelo critério da oposição e da hierarquia,
o que faz com que vivamos em uma sociedade marcada pelo conflito
pela disputa constante de supremacia sobre os demais,
de modo que o outro é sempre um concorrente,
não é nunca irmão ou irmã, companheiro de caminhada na construção do Reino de Deus. O Evangelho nos mostra que esses valores que fundamentam a vida das pessoas não vem de Deus e nem conduz para Deus.
Somente a fraternidade, a justiça e o amor vão possibilitar um mundo marcado pela convivência pacífica entre os seres humanos.
O mistério de Cristo não pode ser interpretado nas estreitas medidas de nossa mentalidade, condicionadas pelas diversas limitações de nossa realidade humana, É pela fé, atitude de diálogo e busca, que se pode obter o encontro com Cristo.
Dom Eduardo Rocha Quintella
Bispo Diocese Belo Horizonte
A fé remove montanhas em nossas vidas...
Somos continuamente tentados pelo fatalismo.Quando dizemos: “bem, tendo sido sempre tão impaciente, acho que o remédio é aceitar a realidade”, estamos sendo fatalistas. Quando dizemos: “Aquele homem nunca teve um pai ou uma mãe amorosos; não nos devemos admirar que tenha acabado na cadeia!”, falamos como fatalistas. Quando dizemos: “Ela foi importunada sexualmente muitas vezes em criança; como é que querem que alguma vez tenha uma relação saudável com algum homem!?”, estamos deixando que o fatalismo nos sobreponha. Quando dizemos: “As guerras entre as nações, a morte de fome de milhões de pessoas, a epidemia da Aids e a depressão econômica em todo o mundo estão ai a demonstrar que há poucos motivos para a esperança”, tornamo-nos vítimas do fatalismo.
O fatalismo é a atitude que faz com que vivamos como vítimas passivas de circunstâncias externas fora do nosso controle.
O oposto do fatalismo é a fé. A fé é a certeza profunda de que o amor de Deus é mais forte que todos poderes anônimos do mundo e que pode transformar-nos de vítimas das trevas em servos da luz.
Depois de Jesus ter expulsado o demônio de um rapaz lunático, os seus discípulos perguntaram-lhe: “Porque é que nós não fomos capazes de expulsar?”. Jesus respondeu: “É por que vocês não têm bastante fé. Eu garanto a vocês, se tiverem fé do tamanho de uma semente de mostarda, podem dizer a esta montanha: Vá daqui para lá, e ela irá. E nada será impossível para vocês” (Mt 17,19-20).
É importante identificarmos as várias formas de pensar, falar ou agir com fatalismo e convertê-las, pouco a pouco, em momentos de fé. Este movimento do fatalismo para a fé é um movimento que removerá as frias trevas do nosso coração, transformando-nos em pessoas cuja fé no poder do amor pode, realmente, fazer mover montanhas em nossas vidas.
O Evangelho nos mostra o surpreendente amor que Maria Madalena tinha por Jesus e a conseqüente experiência que ela faz da presença do Ressuscitado em sua vida, que a levou a exclamar “Mestre” e a segurá-lo a ponto de o próprio Ressuscitado pedir-lhe que não o segurasse pois ainda não havia subido para junto de Deus. De fato, somente quem ama verdadeiramente a Jesus o reconhece como verdadeiro Mestre e faz a experiência de sua presença viva e amorosa no seu dia a dia. Mas esta experiência necessariamente faz da pessoa um evangelizador. Assim que Maria Madalena fez a experiência do encontro pessoal com Jesus Ressuscitado, foi anunciar esta verdade, removendo todas as montanhas de sua vida.
Estamos vivendo em um mundo que é marcado pela diferença
vista não pelo critério da intercomplementariedade, mas pelo critério da oposição e da hierarquia,
o que faz com que vivamos em uma sociedade marcada pelo conflito
pela disputa constante de supremacia sobre os demais,
de modo que o outro é sempre um concorrente,
não é nunca irmão ou irmã, companheiro de caminhada na construção do Reino de Deus. O Evangelho nos mostra que esses valores que fundamentam a vida das pessoas não vem de Deus e nem conduz para Deus.
Somente a fraternidade, a justiça e o amor vão possibilitar um mundo marcado pela convivência pacífica entre os seres humanos.
O mistério de Cristo não pode ser interpretado nas estreitas medidas de nossa mentalidade, condicionadas pelas diversas limitações de nossa realidade humana, É pela fé, atitude de diálogo e busca, que se pode obter o encontro com Cristo.
Dom Eduardo Rocha Quintella
Bispo Diocese Belo Horizonte
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