domingo, 6 de abril de 2014

O BATISMO E SUAS IMPLICAÇÕES PESSOAIS E COMUNITÁRIAS

A primeira e principal tarefa dos pais e dos padrinhos são ser catequistas. É seu dever instruir, pela palavra e pelo exemplo, o filho/afilhado. Instruir pela palavra quer dizer: anunciar Jesus e seu Evangelho e, instruir pelo exemplo, é dar testemunho de vida.
Pais e padrinhos costumam pensar que apenas o pároco, os religiosos e os catequistas da comunidade estão encarregados de ensinar religião. Na verdade, são eles os primeiros responsáveis pela educação espiritual da criança, urna vez que a iniciação na religião começa com o nascimento, desde a decoração do quarto do bebê ao acalento a seu ouvido para ninar.
A Igreja (instituição) e a comunidade só vão ter acesso à criança já maiorzinha, na maioria das vezes, considerada tarde para iniciação. A criança sempre repete e assimila os exemplos. E o faz com espontaneidade e alegria. Se pais e padrinhos caminham na fé, pela oração e participação da comunidade, ela vai aprender e fazer com prazer o que os vê fazerem.
A maior parte do povo brasileiro se considera católica. O catolicismo é a religião dos pais e dos avós. A pessoa é católica porque se identifica com o catolicismo praticado pela família. E para que isso aconteça, é preciso vivenciar a religião desde cedo. Há pessoas que, conforme vão amadurecendo, começam a ter uma relação pessoal com Deus e, às vezes, com algum santo. Rezam, conversam com Deus; fazem pedidos e agradecimentos, falam de Deus para os outros. Procuram também viver a caridade, a solidariedade e a honestidade.
A maioria dos pais e padrinhos é de católicos não praticantes do nosso ponto de vista. São pessoas honestas, exercem com vigor os valores morais e ensinam esses mesmos valores aos filhos, mas não praticam a religião. Se refletirmos bem, veremos que ambos se completam, valores morais e religião.
Vejam bem, nossos avós foram religiosos, nossos pais menos, e nós? Numa família de muitos filhos, avós religiosos, pais mais ou menos, os irmãos, hoje, têm atitudes e religiosidades diversas.
Constata-se, com isso, que houve um relaxamento no ensino, exemplo e testemunho. Pensem nisso: os maus exemplos dos adultos desviam as vontades dos jovens e adolescentes.
Um mau exemplo, um escândalo, são um sopro na chama da fé e, se essa fé não foi iniciada nos embalos de ninar, presume-se que dificilmente será acesa no caminho já percorrido sem o conhecimento de Deus.

Dom Eduardo Rocha Quintella
Bispo Diocese Belo Horizonte

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