sábado, 8 de junho de 2013

Dom Eduardo R. Quintella Exorta como entender a Fé Cristã

08/06/2013
Fé Cristã
A fé pode ser ferida tanto por um atrelamento exclusivo ao rito quanto por um escurecimento da Tradição. Uma relação correta com a Tradição exige que não se confunda fé e religião.
A religião é essencialmente conformista, mais preocupada com devoção e moral, mais orientada ao sagrado do que ao humano e, no fim das contas, mais preocupada com os fins eternos do homem e de modo insuficiente com os seus fins temporais e terrestres.
A fé cristã é de outra natureza totalmente diferente: é sobretudo convite à liberdade, a libertar-se da opinião pública, dos usos e costumes da sociedade e do tempo em que vivemos, muitas vezes das tradições familiares, e isso na fidelidade a uma tradição que marca a continuidade da referência da fé à sua origem histórica, ao evento e ao ensinamento de Cristo e dos Apóstolos.
Essa fé, contrariamente à religião, se situa claramente do lado do humano, não deixando jamais de inventar novas formas de servir ao homem e a cada homem, buscando continuamente como alcançar uma universalidade sempre maior:
A extensão da idéia de catolicidade à globalidade da vida do mundo é talvez o aspecto mais característico do catolicismo pós-conciliar. Crê seja como for e expressar o seu amor pela Igreja em uma época em que muitos são tentados a sair às escondidas, é pela sua fé no Espírito Santo que leva os fiéis pelo caminho da Verdade, como Jesus prometeu aos seus discípulos.
Aos olhos de quem sabe ver, a fé não está morta. A Igreja é hoje atravessada por uma vitalidade, às vezes discreta, mas bem real. Testemunhas disso são, por exemplo, aqueles cristãos que se reúnem para rezar, celebrar, compartilhar, às vezes fora do quadro habitual.
O desejo de reconstituir laços de fé e de caridade que estruturam o corpo de Cristo é um sinal de esperança, a promessa de uma renovação da Igreja, em formas ainda inacessíveis.
Não tenho dúvidas: essa Igreja saberá estar presente ao encontro da humanidade, interpretar os sinais dos tempos, retomar a comunicação com o mundo e alimentá-lo com a cultura do espírito evangélico. A Igreja tem um futuro, mas este deve ser buscado só na liberdade que o Evangelho lhe abre.
+Dom Eduardo Rocha Quintella
Bispo Diocese Belo Horizonte

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