quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

SOLENIDADE DA EPIFANIA DO SENHOR


Os Reis Magos, 
simbologia maior de todo peregrino cristão, 
alcançam sua meta, chegam ao santuário.

Na Liturgia da igreja, ainda dentro das festividades do natal celebra-se nesse domingo a Festa da Epifania que significa Manifestação de Deus. Revela-nos a prova mais excelente e mais extraordinária deste Amor de Deus: o Seu Filho único tornou-Se um de nós e revela-Se hoje como o Salvador de toda a humanidade, mostrando-nos a universalidade da Sua e nossa Igreja. Ele não ficou confinado a um Povo. Quer abraçar-nos, também a nós que vivemos neste tempo e aqui, neste lugar. A Igreja de Jesus Cristo e de que somos parte, não pode fazer, nunca, acepção de pessoas. Não pode ser exclusiva nem confinada a grupos.

Depois de um longo percurso, refletindo nas celebrações a peregrinação na vida cristã, a celebração da Epifania do Senhor conclui a caminhada do peregrinante. Os Reis Magos, simbologia maior de todo peregrino cristão, alcançam sua meta, chegam ao santuário, ao local santo onde Deus se faz Epifania, se manifesta de modo sensível e, no caso do presépio, de modo visível. Depois do encontro, os Reis Magos voltaram por outro caminho, símbolo da conversão e fruto de uma peregrinação sincera.

De fato, a epifania é, cada ano, o mandato para a Nova Evangelização a todos, a apresentação nova da missão cristã a todos e a demonstração de que a Sua Revelação continua a fazer-se e continua a querer fazer-se através dos sinais visíveis e concretos, que somos nós, os que acolhemos a Sua mensagem e a Sua salvação. Acolher esta mensagem epifânica de Cristo é um permanente desafio e temos, desde o seu início, formas variadas de acolhimento e recepção.

Herodes tem medo daquela vida que nasce e fecha o coração à verdade, inventando fórmulas de engano, mesmo contra todas as provas evidentes e demonstradas. Tem a sua vontade firme de exclusão de tudo o que importuna o seu bem-estar e todos os meios se tornam lícitos para excluir quem vier perturbar a sua escolha egoísta. Hoje continua a haver muitos Herodes: todos os que fecham os olhos a qualquer manifestação de vida e não vêem a realidade, não porque não existe mas porque não a querem ver.

Até fazemos bonitas reflexões e, em momentos especiais, damos um ar da nossa graça, em generosidade e entrega. Mas, precisamos de dar consistência à fidelidade, à generosidade, à alegria e coragem do SIM, à radicalidade do Evangelho e da vocação a viver no dia a dia. Sabemos que Jesus nasce, hoje, em cada pessoa, em cada irmão. Passamos essa informação a quem no-la pede. Porém, não acontecerá que muitas vezes ficamos parados, porque cansados ou, até, desmotivados, perante desafios novos e interpelantes.

Os magos não têm muita sabedoria nem fazem muitas reflexões sobre a Escritura, mas a sua experiência e os fatos que a acompanham são reveladores de verdadeiras pessoas de fé cristã: viram Jesus Menino, enquanto Luz e Estrela e vieram adorá-l’O. Simples no acolhimento à vida e à vocação e simples na resposta e na adesão pessoal e total. Viram e vieram., É esta a magnífica lição destes anónimos pregadores bíblicos. Agiram, com atitudes e decisões, em consequência da sua fé e inspirações. Atitudes sempre acompanhadas pela Luz da Estrela e pela força do Encontro e da adoração, em oração de intimidade e de reconhecimento do Valor e Sentido da Vida de quem nasce e de quem vive. Reparai como são radicais as atitudes dos Magos: Viram a Estrela; vieram adorar o Senhor; ao chegar, entraram, viram, prostraram-se diante d’Ele e adoraram-n’O; depois, ofereceram-Lhe presentes; de seguida, regressaram à sua terra por outro caminho.

Uma vez encontrado Cristo, a vida tem que ter novos rumos. Não se pode voltar atrás pelo mesmo. O encontro com Cristo deve dar luz nova e caminhos novos, provocando atitudes, gestos e comportamentos novos. Vamos oferecer o maior presente que recebemos de nossos pais, a nossa fé católica e apostólica, saindo de nosso comodismo e anunciando Jesus para que todos vivam com intensidade a manifestação do Senhor, vivendo com o amor o mistério que professamos em nossa vida.

+Dom Eduardo Rocha Quintella
Bispo Diocese Belo Horizonte

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