A relação de Jesus com seu Pai no
Espírito Santo é a Teofania do Batismo.
A Liturgia da Palavra dessa celebração também é epifania, apresentação de Jesus Cristo aos celebrantes. Depois do Batismo no Jordão, Jesus iniciou sua vida pública com a escolha dos apóstolos, a formação do discipulado, as pregações e os sinais para implantar a presença do Reino de Deus entre nós.
O batismo cristão, que destrói o pecado e nos oferece a adoção filial, encontra seu primeiro fundamento no Batismo do próprio Jesus cujo relato expressa a missão e a divindade do Messias.
O Batismo cristão se constitui também em epifania para o próprio crente ao ser batizado em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo (Mt 28,19) porque conhece a vida divina com seus efeitos que torna filho de Deus, criatura redimida, herdeiro das promessas.
Entretanto, o Batismo de Jesus é também a manifestação do mistério de sua pessoa (Mc 1,11; Mt 3,17). A voz do Pai e a descida do Espírito Santo (Mt 3,16; Mc 1,10) expressam a divindade do Filho.
Em outras palavras, a relação de Jesus com seu Pai no Espírito Santo é a teofania do Batismo. Por isso, o evento se constitui também para nós numa autêntica manifestação das relações do próprio Deus: a Santíssima Trindade.
Jesus Cristo é apresentado como aquele que tem o Espírito Santo de Deus em si. Por isso, seus atos, palavras e atitudes são orientados pelo Espírito Santo de Deus.
É pelo Espírito Santo que Jesus faz a vontade do Pai para o bem de todos os homens e mulheres. Na celebração do Batismo do Senhor, os celebrantes conhecem melhor a identidade de Jesus.
Depois do Batismo, ao sair da água, Deus se manifestou através de sua Voz. Também este é um gesto epifânico, que apresenta a presença divina através da voz.
Naquele Batismo do Senhor, portanto, aconteceram duas epifanias: Deus se manifestando com sua voz e Jesus sendo apresentado pelo Pai como seu Filho amado. Voz de Deus, acolhida por Jesus na obediência e concretizada pelo amor-serviço.
A Páscoa de Cristo se manifesta nas pessoas e grupos comprometidos com a missão. O batismo nos integra à comunidade dos filhos e filhas de Deus. Cada um de nós é servo do Senhor a serviço da comunidade e responsável por estabelecer a justiça na sociedade.
Deus não olha tanto nossas opções religiosas, mas, sim, a prática da caridade e da justiça que assumimos. Jesus com o batismo solidariza-se com cada um de nós que somos pecadores. Com o batismo de Jesus, encerramos o tempo do Natal e lembramos o nosso batismo.
+Dom Eduardo Rocha Quintella
Bispo Diocese Belo Horizonte
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