sábado, 3 de novembro de 2012

EXORTAÇÃO APOSTÓLICA ECLESIAL ESCATOLÓGICA




Os textos sobre Jesus ressuscitado se tornam paradigma bíblico para a ressurreição do corpo. Segundo modelo desenvolvido por Paulo que estão sendo confirmado pelos relatos sobre a ressurreição de Jesus: o corpo ressuscitado não tem necessariamente a mesma forma que a do corpo antes da ressurreição.
            A morte é o nascimento para novas dimensões da vida em termos metafóricos, podemos imaginar aquilo que acontece ao ser humano na morte, recorrendo ao exemplo da transformação de uma lagarta em borboleta. A morte se torna compreensível através da analogia da metamorfose de uma lagarta que transforma em borboleta.
            Deus ressuscitará o ser humano inteiro, com todas as dimensões. A dimensão corporal é umas destas dimensões essenciais. A ressurreição do corpo alcança um significado mais amplo, porque abrange a pessoa humana na sua totalidade. Na morte, o corpo e, com ele, toda a história vivida dentro de um mundo não serão simplesmente deixado para trás, tornar-se-ão definitivos no sujeito pessoal.
            A pessoa que morreu vive o juízo final no momento da sua morte. É neste juízo final, porém, que acontece a ressurreição do corpo. A ressurreição do corpo na morte é conseqüência lógica da dimensão do juízo final. Não só a pessoa humana, mas o cosmo na sua totalidade serão plenificados por Deus e integrados na salvação. Ressurreição do corpo significa que o homem reencontra junto a Deus não somente o seu ultimo momento, mas toda a sua história.
            No momento da morte, o homem se torna definitivo. Na morte, a pessoa humana é exatamente aquela personalidade que constituiu durante a vida. Tudo contribuiu para a formação de sua pessoa. Assim, eu sou esta pessoa, eu sou no momento da minha morte, eu sou exatamente aquilo que fiz de mim no decorrer da vida.
            Na morte não há mais possibilidade de fugir de si mesmo. A crença na vida pós-morte aumenta a responsabilidade diante da vida vivida. A morte põe o ser humano face a face com sua culpa, sem nenhuma possibilidade de fugir.
            Na vida há possibilidade de recomeçar. Na vida há sempre nova esperança. Na morte termina, para a pessoa humana, o tempo e a sua dimensão cíclica. Na morte, o homem é aquilo que fez de si mesmo, e não há nenhuma possibilidade de refazer algo. Na morte. O homem se torna definitivo, na morte se tornam definitivos: o homem na dimensão pessoal, o homem na sua dimensão sociestrutural, o homem na sua dimensão histórica.
            Na morte, o homem vive a experiência de cognição total. Na morte, o homem conhece a si mesmo. A pessoa humana abrange muitos níveis, todos estes níveis se tornarão conscientes na morte. Todo ser humano é um elemento dentro de sistema entrelaçado. Toda vida humana tem importância incrível pelo todo do sistema. Não há vida insignificante.
            Deve-se preferir a vida, gostar dela, vivê-la intensamente, mas é preciso estar preparado para atravessar o túnel para a outra vida, da eternidade, da luz, da glória e da paz.
            Entretanto, a vida terrena do ser humano é muitas vezes interrompida, impedindo-o de prosseguir sua obra ou terminá-la. Se existe outra vida na nova realidade, certamente ele terá outra missão a cumprir.
            Esta é a explicação mais lógica. É o mistério que o homem não conseguiu explicar. Entretanto, com o aperfeiçoamento espiritual, fatalmente encontrará resposta para tudo que, hoje, é impossível sua compreensão.
            A religião, as ciências e as grandes descobertas convivem sincronicamente. A verdade é que cada época há de legar ao homem os sinais do passado, que marcarão para sempre sua vida e servir-lhe-ão de guia na escuridão das angústias e na cruzada do porvir. As gerações, sucedendo-se e alimentando-se umas as outras.



+Dom Eduardo Rocha Quintella
Bispo Diocese de Belo Horizonte

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