quinta-feira, 1 de novembro de 2012

COMEMORAÇÃO DOS FIÉIS DEFUNTOS



           A Igreja, neste dia, convida-nos a entrar em comunhão com o Deus da vida e rezar pelos nossos falecidos. Este dia nos lembra que nossa existência terrena é passageira; e, junto com o salmista, queremos rezar: O Senhor é minha luz e salvação.  Nossa fé nos diz que a vida dos justos está nas mãos de Deus e nenhum tormento os atingirá. 
A Liturgia deste dia realça a fé e a esperança na vida eterna solidamente fundada na revelação. Estão as almas dos justos nas mãos de Deus, e não os toca tormento algum. Aos olhos dos insensatos pareceram morrer, e o seu trespasse foi considerado como um infortúnio, e sua separação de nós, uma derrota. Mas eles gozam de paz.
Para quem creu em Deus e o serviu durante esta vida, a morte não é um caminhar para o nada e, sim, para os braços de Deus. È encontro pessoal com o Senhor para viver junto dele no amor e na alegria de sua amizade. Portanto, o cristão autêntico não teme a morte.
Considerando que enquanto vivemos neste mundo estamos exilados longe do Senhor, o cristão repete com São Paulo: Não se trata de exaltar a morte, mas de vê-la qual realmente é no plano de Deus: o dia do nascimento para a vida eterna.
Esta visão serena e otimista da morte baseia-se na fé em Cristo, já que pertencemos a ele. Pois disse Jesus: A vontade daquele que me enviou é que eu não deixe perecer nenhum daqueles que me deu, mas que ressuscite. Todos os homens foram dados a Cristo.
São todos dele, pois os comprou à custa do próprio sangue. Se aceitarem ser propriedade de Cristo e a viverem com a fé e as obras segundo o Evangelho, podem viver certos de estar enumerado entre os dele e, como tal, ninguém, nada os poderá arrancar das mãos de Jesus, nem a morte.
Quer vivamos, quer morramos, somos do Senhor, exclama o Apóstolo. Somos do Senhor porque nos remiu e incorporou a si, porque vivemos nele e por ele mediante a graça e o amor.
Se formos dele em vida, continuaremos tais na morte. Cristo, Senhor de nossa vida, será o Senhor de nossa morte. Ele a absorverá na sua morte, transformando-a em vida eterna. Assim se realiza para os fiéis a oração sacerdotal de Jesus: Pai, os que me deste, quero que, onde eu estiver, estejam eles também comigo, para verem a minha glória.
À oração de Cristo faz eco a da Igreja que implora tais graças para todos os seus filhos falecidos: Concedei Senhor, que os nossos irmãos defuntos entrem na glória com vosso filho, que nos une todos no grande mistério de vosso amor.
Com a morte, nem tudo está terminado, pois há a certeza de que nossa vida está nas mãos de Deus. O sonho da nova sociedade, já para esta vida, não nos deixa acomodados diante de tantas mortes injustas. Felizes os que se deixam conduzir pelas propostas de Jesus.
  

+Dom Eduardo Rocha Quintella
Bispo Diocese de Belo Horizonte


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