O primeiro e fundamental anúncio que a
Igreja tem a missão de levar ao mundo, e que o mundo espera da Igreja, é o amor
de Deus. No entanto, é preciso que os evangelizadores estejam imersos nesse
amor para poderem transmitir essa certeza com credibilidade.
Amor é um sentimento, uma inclinação, uma
bondosa disposição de Deus para nós. É algo real. É, ao pé da letra, o amor de
Deus, o amor que circula na Trindade entre Pai e Filho e que, na encarnação,
assumiu uma forma humana e agora nos é participado sob a forma de inabilitação.
O
primeiro a se fazer não é reamar a Deus ou amar-nos como Deus nos amou. Primeiro
temos outra coisa a fazer. Crer no amor de Deus. É a fé. Mas aqui se trata de
uma fé especial: A fé que não sabe entender daquilo em que crê, mesmo crendo.
Enquanto, no âmbito humano, os dois tipos
de amor costumam estar claramente repartidos, o Deus bíblico também ama como
mãe. Ainda mais, o amor esponsal também é linguagem que atravessa toda a
Sagrada Escritura e revela que o homem deseja Deus.
Já a encarnação é a etapa culminante do
amor de Deus. Por muito tempo a resposta ao porquê de Deus ter se encarnado foi
para nos redimir do pecado, mas, na verdade, é o amor o motivo fundamental da
encarnação.
Deus
quis a encarnação do Filho não só para ter alguém fora de si mesmo que o amasse
de maneira digna de si, mas também e principalmente para ter fora de si mesmo
alguém a quem amar de maneira digna de si.
E este é o Filho feito homem, em quem o
Pai encontra toda a sua complacência e com quem fomos todos feitos filhos no
Filho, aponta que Cristo não é somente a prova suprema do amor de Deus, mas o
próprio amor de Deus que tomou forma humana para poder amar e ser amado a partir
de dentro da nossa situação.
Eis a resposta da revelação cristã que a
Igreja recolheu de Cristo e explicitou no seu credo: Deus é amor em si mesmo,
antes do tempo, porque desde sempre Ele tem em si um Filho, o Verbo, a quem ama
com amor infinito, que é o Espírito Santo. Em todo amor há sempre três
realidades ou sujeitos: um que ama, um que é amado e o amor que os une. Na
Criação, Revelação e Encarnação.
+Dom Eduardo Rocha
Quintella
Bispo Diocese Belo Horizonte
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