sábado, 12 de novembro de 2011

XXXIIIº DOMINGO DO TEMPO COMUM - ANO A (Mt 25,14-30) - 13/11/2011



Fostes fiel no pouco, 
vem participar da minha alegria

A liturgia do XXXIIIº Domingo do Tempo Comum recorda a cada cristão a responsabilidade de ser, no tempo histórico em que vivemos, testemunha consciente, ativa e comprometida desse projeto de Deus Pai, para os homens e mulheres Contemporâneos.

Enquanto o ano litúrgico já vai chegando ao fim, somos convidados a olhar para as realidades escatológicas da nossa fé, que são também o objeto da esperança cristã: a morte, o julgamento de Deus, a vida eterna e a felicidade plena junto de Deus.

Ainda peregrinamos pelas estradas da vida na penumbra da fé, mas já entrevendo a luz da glória celeste; essa já se manifestou em Jesus Cristo ressuscitado.

Somos pessoas de esperança; não apenas de esperança humana, que se esgota nas realizações humanas. Somos animados pela esperança grande, transcendente, que decorre diretamente da fé e da fidelidade de Deus.

Essa esperança é uma virtude transcendente. Ela nos dá força, coragem e perseverança na prática do bem, da justiça e da retidão, mesmo nas maiores dificuldades, ou quando não parece haver mais motivos humanos para isso.

Os talentos que recebemos de Deus são, em primeiro lugar, os bens e riquezas do seu Reino: a salvação, a fé, o seu amor, a sua amizade. São também em segundo lugar, os naturais: a vida e saúde, inteligência e vontade, família e educação, iniciativa e trabalho, simpatia e personalidade.

A Liturgia deste domingo ensina que o dia do juízo de Deus não se sujeita às previsões humanas. O Dia que vem procede do Senhor e virá a seu tempo para receber os talentos que confiou a nós.

E este dia será oportunidade para o testemunho da fé, pois tudo aquilo que se opõe ao Reinado de Deus será desmascarado e denunciado, exigindo que uma posição seja adotada e uma postura seja assumida por parte da humanidade. A recompensa para os que optaram pela justiça será o convívio com Ele.

Jesus confiou à comunidade cristã a revelação dos segredos do Reino e a revelação de Deus como Pai. Esse dom é um privilégio, mas também um desafio e uma responsabilidade.

Nem a comunidade cristã, nem o cristão individual podem guardar para si essa riqueza. Embora carreguemos esse tesouro em vasos de barro. Temos que partir para a missão, para que o maior número possível chegue a essa experiência de Deus e do Reino.

Não é suficiente que estejamos preparados para o encontro com o Senhor, o outro lado da medalha é a atividade missionária, que faz com que o Reino de Deus cresça, mediante o testemunho da nossa prática da justiça. A vocação cristã à fé em Cristo é o grande talento que resumem todos os outros.



+Dom Eduardo Rocha Quintella
Bispo  Diocese Belo Horizonte

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