O Amor se traduz em obras, não em boas razões.
Neste VI Domingo do Tempo Pascal, Jesus nos garante sua presença por intermédio do Espírito Santo. Assim, a Palavra nos exorta que Deus não deseja o sofrimento de ninguém, mas às vezes ele é conseqüência da fidelidade ao seu projeto.
Apesar de tudo, não estamos só, porque o Espírito da verdade anima e sustenta a caminhada da comunidade. O Espírito é nosso defensor e nos revela a verdade do Pai, especialmente para os que se deixam iluminar e conduzir pelo Espírito de Deus.
O cristianismo é essencialmente uma experiência, é um encontro com o Cristo Ressuscitado e, para além de qualquer sentimentalismo tão em voga em nossos dias, é verdadeira alegria, é verdadeira beleza que tem o poder de transformar nossas vidas.
Essa experiência com o Senhor, por meio do Espírito, já a fizemos em nosso Batismo, mas é necessário aprofundá-la, vivê-la mais intensamente na liturgia.
Somente a força do ressuscitado na comunidade é capaz de incentivar seus membros a evangelizar, a testemunhar e dar motivo da esperança que existe em nós, fazendo do amor o espaço do divino na vida de seus discípulos e discípulas.
A vida do cristão foi realmente transformada no mistério pascal. Cristo é a nossa força. Ele vem ao nosso encontro pelo seu Espírito Santo. Acompanha-nos e ajuda sempre a ultrapassar todos os obstáculos. Inspira a Igreja a tomar as melhores decisões para o bem dos fiéis.
Se temos algum vínculo com alguém, se cultivamos laços, precisamos de alguma forma externar essa relação. Os que amam querem se ver, tocar-se, conviver.
Isso se dá geralmente num encontro, numa reunião, ou na festa da Eucaristia. É preciso ritos, nos diria o pequeno príncipe de Exupéry. Os ritos, ou a celebração, nada mais são do que uma relação que migrou do universo interior para o universo exterior da pessoa.
Manifestando-se ela se realiza, concretiza-se e se qualifica como algo fundamental que ocupa todos os espaços do ser e da vida humana.
Dom Eduardo Rocha Quintella
Bispo Diocese Belo Horizonte
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