sexta-feira, 11 de maio de 2012

VI Domingo da Páscoa (João 15,9-17) – Ano B – Marcos 13/05/2012


AMAI-VOS UNS AOS OUTROS, ASSIM COMO EU VOS AMEI

O VI Domingo da Páscoa, apresenta Jesus como o amigo que nos ama até a doação da própria vida. Ele age assim conosco para que aprendamos a nos amar uns aos outros da mesma forma que Ele nos amou. Procedendo assim poderemos identificar uma Igreja guiada pelo Espírito Santo e que é convidada a ir a todas as culturas e realidades, pois quem ama consegue chegar a Deus, uma vez que Ele é Amor verdadeiro.
O texto de hoje pertence aos acontecimentos que marcam a despedida de Jesus na ultima Ceia. E é sob a ótica de um testamento que se entende melhor o texto. Domingo passado a ênfase era sobre permanecer em Jesus, como os ramos na videira. Hoje, a ênfase recai sobre o resultado do permanecer, que é o amor.
A fonte do amor é o amor entre o Pai e o Filho, que é o amor apropriado ao Espírito Santo. Permanecer no amor de Jesus é inserir-se nesta comunhão de amor e vida entre o Pai e o Filho. Partindo de uma adesão pessoal, o permanecer no amor de Jesus significa inserir-se na comunidade de discípulos e irradiar-se, envolvendo a outros, ampliando a comunidade de amor e prolongando-a no tempo.
Conservar-se no amor, portanto, não é uma situação passiva, mas dinamismo que gera comunidade fraterna. De fato, Jesus se dirige não a pessoas individualmente, mas à comunidade cristã como um todo. Por isso, permanecer nele e no Pai não significa isolar-se no verticalismo, mas expandir-se, criando laços entre as pessoas. O amor a Jesus e ao Pai leva a gerar comunidade de irmãos.
Jesus cumpriu os mandamentos do Pai. Eles sintetizam o projeto de Deus e a atividade do Filho em favor da vida e liberdade. Portanto, obedecer aos mandamentos de Jesus é atuar no seu projeto, e atuar seu projeto. Aqui se enfatiza a dinâmica do amor: se obedecerem aos meus mandamentos, permanecerão no meu amor. Por isso podemos afirmar que não permanece no amor de Jesus quem não luta para que todos tenham vida em abundância.
O individualismo não é coisa da religião, isto é, do Cristianismo, mas do nosso tempo, da nossa cultura individualista e egocêntrica. Então as pastorais da Igreja, e muitos autores não estão imunes do individualismo pregado pela nossa cultura moderna. Mas é preciso ter consciência da dimensão social do Cristianismo e lutar contra essa cultura egocêntrica que penetrou nos cristãos.
Deus é amor. Esta é a realidade de Deus, revelada por Jesus aos discípulos e às multidões, em sua vida e em seus atos. Se Deus é todo-poderoso na criação do universo, ele é todo amor em sua relação com seus filhos, homens e mulheres, em todos os tempos e em todos os povos.



+Dom Eduardo Rocha Quintella
Bispo Diocese de Belo Horizonte

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