O evento da cruz e da ressurreição permanece e atrai tudo para a vida.
Na liturgia da Igreja, Cristo significa e realiza principalmente seu mistério pascal. Durante sua vida terrestre, Jesus anunciava seu Mistério pascal por seu ensinamento e o antecipava por seus atos.
Quando chegou sua hora, viveu o único evento da história que não passa: Jesus morre, é sepultado, ressuscita dentre os mortos e está sentado à direita do Pai uma vez por todas.
É um evento real, acontecido em nossa história, mas é único: todos os outros eventos da história acontecem uma vez e depois passam, engolidos pelo passado.
O Mistério pascal de Cristo, ao contrário, não pode ficar somente no passado, já que por sua morte destruiu a morte, e tudo o que Cristo é, fez e sofreu por todos os homens participa da eternidade divina, e por isso abraça todos os tempos e nele se mantém presente.
O evento da cruz e da ressurreição permanece e atrai tudo para a vida. Sendo assim, estas celebrações que formam o Tríduo Pascal têm a finalidade de tornar presente, atualizar, tornar vivo o mistério de Cristo, que se entrega ao Pai por nós, e nos faz participantes deste seu dom, vida e comunhão com o Pai.
A Palavra de Deus anuncia a Salvação presente e os sinais sacramentais tornam presente ao cristão esta salvação. O Cristão não pode viver uma vida de união com Cristo, sem morrer primeiramente a tudo o que constitui o velho mundo. A morte e a vida do Senhor se realizam novamente no mistério litúrgico e na nossa participação.
+Dom Eduardo Rocha Quintella
Bispo Diocese de Belo Horizonte
Nenhum comentário:
Postar um comentário