É preciso ver o extraordinário nas coisas ordinárias.
Nós nascemos na Igreja e nutrimos nossa fé na Igreja. Não existe cristão que vive isolado, no mundo, individualizado numa religião ao seu modo. O cristão precisa da Igreja. Na Igreja ele é acolhido pelo Ressuscitado, que indica onde encontrar a vida em abundância e lhe prepara um alimento renovador das forças.
É deste modo que acolhemos Jesus que vem ao encontro de seus discípulos para alimentá-los com sua Palavra e com um alimento preparado por ele próprio. Uma típica alusão aos sacramentos, especialmente à Eucaristia, destacando a presença de Jesus ressuscitado na Palavra e nos símbolos sacramentais.
Da mesma forma, o Senhor vem ao encontro dos discípulos, de todos os tempos, na vida cotidiana, manifestando-se especialmente naqueles que ouvem sua Palavra, a obedecem e lançam a rede onde possam pescar vida abundante.
Como Cristo apareceu aos discípulos de emaús, também aparece na nossa vida. O único obstáculo seria o estarmos sem os olhos da fé. Torna-se difícil reconhecê-Lo quando estamos preocupados demais com nós mesmos, com as pequenezes da vida, com a rotina da vida quotidiana. A vida presente tem um significado muito mais profundo, nos lança à Vida Eterna.
É preciso ver o extraordinário nas coisas ordinárias. Temos que dar testemunho daquilo que experimentamos graças aos olhos da fé, que o mundo não reconhece e que só a fé revela: Cristo ressuscitou. Ele vive e nos precede junto de Deus. Há tantos cegos que não enxergam por culpa do seu egoísmo e sensualidade, soberba e avareza...
Ajudemos nossos irmãos a encontrarem os olhos da fé, que Cristo traz com a Sua Ressurreição. Vivamos com cara de ressuscitados. Neste domingo, façamos o propósito de abrir o nosso coração. Para isso devemos esvaziá-lo de nós mesmos e implorar a Deus que entre, para que o seu Espírito nos transforme em pessoas ressuscitadas.
+Dom Eduardo Rocha Quintella
Bispo Diocese de Belo Horizonte
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