terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Dom Eduardo Rocha Quintella - Bispo Diocesano Belo Horizonte - Comenta sobre a Antropologia da Comunicação Paulina. 11/02/2014

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Evangelizar é comunicar

A comunicação é processo que fazem partes o emissor, que transmite uma mensagem, e o receptor, que a recebe, a elabora, e dá uma resposta ou, em certos casos, age indiferentemente. Ao descrever o apóstolo Paulo do ponto de vista do emissor, podemos dizer que ele tem clara a mensagem que deseja levar às pessoas. Sabe o que deseja anunciar. Paulo tem um conteúdo que nasce não só da sua formação intelectual, mais principalmente de sua experiência de vida.

A comunicação é, em primeiro lugar, uma experiência antropológica fundamental, cujo significado está no próprio termo. Seu primeiro sentindo, provido do latim, remonta ao século XII e remete a idéia de comunhão, partilha. A comunicação é sempre a busca do outro e um compartilhar. Contudo, por mais que a palavra esteja na moda, nem sempre as pessoas participam de maneira satisfatória desse processo, particularmente na relação interpessoal, chegando às vezes, a mal entendidos.

Evangelizar é comunicar. Paulo é o apóstolo que não se cansou de proclamar a boa noticia de Jesus Cristo. Além de manter em continua comunicação com os que estavam ao seu lado, buscou todos os recursos técnicos disponíveis no seu tempo para interagir com as comunidades distantes. Soube buscar o equilíbrio entre a comunicação epistolar e a interpessoal, tendo um só objetivo: chegar ao maior número de pessoas com a palavra de Deus.

Os ventos eclesiais pelo quais passamos não são nada animadores. Prefere percorrer caminhos mais suaves, acompanhadas de letras de melodias menos transformadoras das desigualdades existentes. Em parte, isso se deve à cultura das imagens na qual nos encontramos, que trocou a reflexão pela emoção, o espírito critico, pelo espetáculo animado. Essa cultura estimula o individualismo, desarticulando iniciativas éticas dos que se procuram organizar para atender as necessidades prementes dos outros.

É a fé em Deus que humaniza o ser humano. Lançar bases em volta desse sentido ajuda o ser humano a ter esperança num mundo melhor para mais gente. Uma sociedade só é sólida se os membros que a formem forem portadores de valores sólidos. Para isso é necessária a preocupação com os valores éticos que oxigenam a vida social.

Dom Eduardo Rocha Quintella
Bispo Diocese Belo Horizonte

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