Dom Eduardo R. Quintella dá um enfoque teológico da história da salvação - 10/02/2014
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HISTÓRIA DA SALVAÇÃO
A experiência religiosa iniciada por Abraão, vivida por Moisés, levada adiante por Josué, recordada pelos profetas, revivida por Jesus recapitula a história da manifestação de Deus na história da salvação. A alternância dos períodos do mundo físico, não permite que se religue a Deus, pois os mesmos se repetem no cotidiano.
O encontro com Deus se faz nos acontecimentos diários, acrescentando novas experiências, dando mais formação às anteriores. Quando existe mais consciência religiosa em uma nação, a mesma faz muitos avanços, construindo uma sociedade mais justa, solidária e fraterna.
O modo de pensar semita é muito diferente do grego, pois o semita vê Deus como uma força dinâmica através da palavra e da própria história. Enquanto os gregos colocam Deus como uma divindade, e não divino que possa manifestar no cotidiano da vida.
O pensamento Hebraico vê Deus hodiernamente: experimentando, conhecendo dando um embasamento mais teológico para compreender a história. Para o israelita as suas histórias pessoais, morais, culturais, não se separam da história Sagrada da manifestação de Deus.
Esta é a grande dialética do mundo contemporâneo, pois o racionalismo subjetivo não encontra respostas na sagrada escritura, nos milagres da fé. Do outro lado uma corrente muito forte exacerba uma semelhança muito grande entre a Sagrada Escritura e as outras religiões criando uma crença em mitos, formando uma sociedade hedonista cultuando deuses próprios, que não manifesta Deus.
O grande desafio para a manifestação de Deus é a relação entre Deus e os mitos, e se faz necessário que se desatrele os mitos da Sagrada Escritura, do modo de pensar do mundo antigo buscando uma nova dinâmica no ver, julgar e agir dos acontecimentos do mundo contemporâneo.
Deus se manifesta totalmente. A Sagrada Escritura usa imagens muito fortes de Deus como: a chuva que cai do céu, não volta a ele sem ter atingido seu objetivo. Então o povo de Israel em relação aos Assírios, Babilônicos, Egípcios forma mais uma espiritualidade da palavra, confrontando com sua vida consciente, sem designar que vem do mundo físico.
A história da revelação está interligada com a história da salvação, mas Deus não se revela de uma só vez. Deus se revela por inspiração própria, mas geralmente por uma palavra profética.
A história da salvação se dá na medida em que o homem tem consciência desta revelação, através de um fato explícito ou implícito, dependendo exclusivamente da graça para que se consolide.
A razão de ser da salvação e da própria natureza de Deus, que se revela plenamente, está no amor-serviço. Suas mensagens têm sempre direções culturais, históricas e pessoais, com um caráter universal e permanente na vida e na história da revelação e salvação do homem.
Dom Eduardo Rocha Quintella
Bispo Diocese Belo Horizonte
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