sexta-feira, 12 de abril de 2013






A Páscoa é a Complementação da Encarnação

06/04/2013
O mistério da Páscoa, que quer dizer: passagem é um mistério fundamental para a nossa vida de cristãos. A Páscoa culmina na ressurreição, mas começa na paixão e morte de Jesus. É esta passagem de Jesus para a ressurreição que assenta a nossa salvação. É em Jesus ressuscitado que somos salvos da morte, porque com Ele ressuscitaremos um dia. Mas para lá chegar está antes à paixão.
 A Páscoa é a complementação da Encarnação. É a finalidade da vinda de Cristo. Que após a ressurreição esteve com os Apóstolos apenas durante um curto período e logo subiu ao céu. É o início de um novo tempo, o da Igreja de Cristo animada pelo Espírito Santo, que caminha para o fim dos tempos da segunda e definitiva vinda de Cristo.
Foi pela Ressurreição que Jesus glorificado derramou em pentecostes sobre a Igreja nascente o Espírito Santo que prometera, e que permanece conosco. Proporcionando o encontro pessoal de cada um de nós com Deus, em Jesus Cristo.
Na ressurreição, Jesus é constituído como verdadeiro messias, ou seja, como aquele que verdadeiramente traz a salvação para os homens, o mesmo é dizer, como aquele que possibilita o verdadeiro encontro com Deus.
Mas isto só pode ser uma realidade porque a própria humanidade de Jesus foi glorificada; porque a humanidade de Jesus acolheu totalmente a ação glorificadora de Deus sobre ela. o fundamento real constitutivo de Jesus como Cristo é a ressurreição. Esse é o instante definitivamente esclarecedor, mesmo para Jesus, da sua filiação como Filho.
 Assim se pode compreender que é no nosso encontro com Jesus ressuscitado (incorporação, comunhão) que podemos ser salvos. Pelo batismo do Espírito Santo (que é o Espírito de Jesus), e alimentado pela Eucaristia, somos incorporados em Cristo, no Corpo Místico de Cristo, que é a Igreja; e tudo fica espiritualmente mais claro para a nossa fé.
Mas se a Ressurreição de Jesus Cristo nos é oferecida como salvação e nossa ressurreição na incorporação em Cristo, pelo batismo do Espírito que Cristo nos prometeu e depois derramou em Pentecostes permanente na Igreja, isso não deixa de ser também para nós uma passagem, que começa na conversão e continua na passagem que é a nossa própria paixão.
Por isso celebramos a Quaresma e depois a Páscoa. Por isso comungamos o Corpo, mas também o Sangue de Cristo. Podemos começar pelo Corpo e pela Páscoa de Cristo, porque tal já nos foi ganho; mas não ficamos dispensados de nos associarmos à sua Paixão com a nossa paixão, ao seu sangue com o nosso sangue, isto é, com a nossa renúncia e o nosso abandono, que é verdadeiramente o nosso sacrifício e a nossa morte humana.
Dom Eduardo Rocha Quintella
Bispo Diocese Belo Horizonte

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