quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Primeiro Domingo da Quaresma – Ano B (Mc 1,12-15) – 26/02/2012



O centro da religião passa a ser o eu.

No primeiro Domingo da Quaresma os cristãos são levados ao deserto, a fim de viver um momento de intensa oração. O deserto na Bíblia é o lugar privilegiado para o encontro com Deus. Neste início de Quaresma, a liturgia faz-nos pensar na Páscoa. Isto porque o tempo quaresmal não é um fim em si mesmo, mas é caminho para bem celebrarmos, a Páscoa do Senhor, maior de todas as festas cristãs. 


A tentação de prestar culto aos ídolos é uma constante na vida humana. Tentados sim, mas não sucumbidos por ela. Para isso não acontecer, a coisa mais importante é colocar Deus no centro da vida pessoal, no coração, e reconhecer que tudo vem de Deus. O cristão não tenta Deus por saber que ele é refúgio seguro em todos os momentos de sua vida. 

A religião de curas e milagres cresce como uma avalanche. O individualismo e a busca de soluções na religião para problemas psicológicos, afetivos, de saúde a até econômicos são fenômenos que parecem característicos dos nossos tempos. A fé já não é o comprometer-se com um Messias crucificado, mas acreditar na cura, acreditar que Jesus me livra das dificuldades. O centro da religião passa a ser o eu.

Na quaresma são quarenta dias em que somos convidados a viver o mistério de Jesus no deserto, na oração pessoal e comunitária, escutando a palavra de Deus, deixando que purifique a nossa fé e nos afaste de tudo o que nos impede de viver a radicalidade do discipulado. 

Caminhemos neste santo tempo rumo à Páscoa; usemos como armas de combate no caminho quaresmal: a oração, a penitência e a esmola do amor fraterno para que, ao final do caminho, sejamos mais conformes à imagem do Cristo. Jesus ressuscitado, nosso Senhor e Deus, vencedor da morte, a quem seja a glória pelos séculos. Amém.


+Dom Eduardo Rocha Quintella
Bispo Diocese Belo Horizonte

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