Neste XXXIº Domingo do tempo comum somos orientados a saber que o anúncio da Palavra de Deus deve se nortear pelo amor ao evangelho e aos irmãos, e não por interesses próprios.
A Igreja, testemunha do Reino e dos valores propostos por Jesus, tem de ser uma comunidade de irmãos que vivem no amor. Nela, não podem ser determinantes os títulos, os lugares de honra, os privilégios, a importância hierárquica.
Na comunidade cristã, a única coisa determinante é o serviço simples e humilde que se presta aos irmãos. Os mandamentos, as normas e as leis religiosas são instrumentos que ajudam o discípulo e a discípula a caminhar nos caminhos de Deus. São setas que indicam caminhos de liberdade e não algemas que impedem o fluir da vida.
O grande desafio para a manifestação de Deus é a relação entre Deus e os mitos, e se faz necessário que se desatrelem os mitos da Sagrada Escritura, do modo de pensar do mundo antigo buscando uma nova dinâmica no ver, julgar e agir dos acontecimentos do mundo contemporâneo.
A história da revelação está interligada com a história da salvação, mas Deus não se revela de uma só vez. Deus se revela por inspiração própria, mas geralmente por uma palavra profética. A história da salvação se dá na medida em que o homem tem consciência desta revelação, através de um fato explícito ou implícito, dependendo exclusivamente da graça para que se consolide.
A razão de ser da salvação e da própria natureza de Deus, que se revela plenamente, está no amor-serviço. Suas mensagens têm sempre direções culturais, históricas e pessoais, com um caráter universal e permanente na vida e na história da revelação e salvação do homem.
+Dom Eduardo Rocha Quintella
Bispo Diocese Belo Horizonte