sábado, 29 de outubro de 2011

XXXI Domingo do Tempo Comum - (Mt 23,1-12) – Ano A – 30/10/2011




O MAIOR DENTRE VÓS DEVE SER 
AQUELEQUE VOS SERVE
Neste XXXIº Domingo do tempo comum somos orientados a saber que o anúncio da Palavra de Deus deve se nortear pelo amor ao evangelho e aos irmãos, e não por interesses próprios.

A Igreja, testemunha do Reino e dos valores propostos por Jesus, tem de ser uma comunidade de irmãos que vivem no amor. Nela, não podem ser determinantes os títulos, os lugares de honra, os privilégios, a importância hierárquica.

Na comunidade cristã, a única coisa determinante é o serviço simples e humilde que se presta aos irmãos. Os mandamentos, as normas e as leis religiosas são instrumentos que ajudam o discípulo e a discípula a caminhar nos caminhos de Deus. São setas que indicam caminhos de liberdade e não algemas que impedem o fluir da vida.

O grande desafio para a manifestação de Deus é a relação entre Deus e os mitos, e se faz necessário que se desatrelem os mitos da Sagrada Escritura, do modo de pensar do mundo antigo buscando uma nova dinâmica no ver, julgar e agir dos acontecimentos do mundo contemporâneo. 

A história da revelação está interligada com a história da salvação, mas Deus não se revela de uma só vez. Deus se revela por inspiração própria, mas geralmente por uma palavra profética. A história da salvação se dá na medida em que o homem tem consciência desta revelação, através de um fato explícito ou implícito, dependendo exclusivamente da graça para que se consolide. 

A razão de ser da salvação e da própria natureza de Deus, que se revela plenamente, está no amor-serviço. Suas mensagens têm sempre direções culturais, históricas e pessoais, com um caráter universal e permanente na vida e na história da revelação e salvação do homem.



+Dom Eduardo Rocha Quintella
Bispo Diocese Belo Horizonte

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

A Experiência de fé



Cada um traz em si alguma esperança messiânica, alguma utopia. Será que ela corresponde ao critério de Cristo, que mostra ser, ao mesmo tempo, a negação e a plenitude daquilo que esperamos.

Para receber em plenitude, precisamos admitir uma revisão daquilo que esperamos. Talvez seja isso: amar o que Deus ordena e receber o que ele promete.

Quando pensamos na nossa civilização atual, nos nossos valores, exaltando a eficiência, a riqueza, o conforto, o bem-estar, o vigor, a forma física e a saúde. Como os critérios de Deus são diferentes.

Israel é imagem da Igreja e é imagem de cada um de nós, membro do povo de Deus da nova Aliança. À medida que descobrirmos nossas pobrezas pessoais e eclesiais, podemos também ter certeza que o Senhor não nos abandona: ele nos chama, ele nos reúne, ele nos salva.

Somente podem experimentar isso aqueles que sabem e experimentam que são pobres diante de Deus, aqueles que sentem sua própria fraqueza.

Esta é a experiência que o cristão deve fazer sempre na sua vida, seja pessoalmente, seja como Igreja. Somos pobres, mas Deus é nossa riqueza; somos fracos, mas Deus é nossa força.

O Evangelho mostra de modo maravilhoso essa experiência cristã de ser salvo por Deus em Jesus Cristo. Jesus está saindo de Jericó, já está perto de Jerusalém, onde morrerá. Uma multidão o acompanha: barulho, empurra-empurra, aglomeração.

À beira do caminho, havia um cego mendigo. Ele era ninguém, nem nome tinha. Marcos só diz que era o bartimeu, o filho de Timeu. Cego, incapaz de caminhar sozinho, esmolando, sentado à margem do caminho de Jericó e da vida.

Este cego é a humanidade; este cego é cada um de nós. Mas, ele ouve o rumor, a confusão no caminho e quando ouviu dizer que Jesus estava passando, não perde tempo; é a chance de sua vida. Ele grita alto: Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim.

Repreendem o cego, mas ele grita com voz mais forte. Ele sabe que é a chance da sua vida. Santo Agostinho dizia: Eu temo o Cristo que passa. É preciso não perder a chance, é preciso gritar, não deixar o Cristo passar em vão no caminho da nossa existência.

O grito do cego é já um grito de fé. Chamando Jesus filho de Davi, o bartimeu está dizendo que crê que Jesus é o messias: Filho de Davi tem piedade de mim.

Repreendem o cego, como o mundo quer nos repreender, quer nos impedir e ridicularizar quando nos reconhecemos cegos, pobres e coxos e gritamos por Jesus: Filho de Davi tem piedade de mim.

O cego foi curado, e seguia Jesus pelo caminho. Curado, iluminado por Jesus, agora seguia Jesus como discípulo, caminhando com ele para Jerusalém, para com ele morrer e com ele ressuscitar. Esta é a nossa vocação, este deve ser o nosso itinerário, a nossa experiência de fé.

A Igreja, peregrina no mundo, é um povo de pobres, de frágeis seres humanos. Mas confiamos em ti. Não queremos colocar nossas forças ou esperança no nosso prestígio, ou nas riquezas ou nos amigos poderosos ou nos elogios do mundo.

Tu somente és nossa força. Nos salva Senhor. Reúne-nos Senhor. Ilumina-nos, Senhor. Dá-nos a graça de reconhecer que somente na tua luz poderemos ver a luz.

O mundo chama luz, sabedoria e esperteza a coisas que são inaceitáveis aos teus olhos. Senhor abre nossos olhos para caminharmos na tua luz até a cruz, até a ressurreição, até a vida.


+Dom Eduardo Rocha Quintella
Bispo Diocese Belo Horizonte

sábado, 22 de outubro de 2011

XXXº Domingo do Tempo Comum – Ano A (MT 22, 34-40) – 23/10/2011



A prece do humilde atravessa as nuvens

No domingo passado, Jesus nos falava da necessidade de rezar sempre sem desanimar. Hoje, nos revela o segredo de uma oração verdadeira e também eficaz.

A Palavra de Deus nos ajuda a ver que Deus sempre age na história humana e na história pessoal de cada homem. Deus nos atrai incessantemente para si porque nos ama como Pai.

Desta forma, a vida cristã se transforma num caminhar com Cristo Cabeça da Igreja rumo à casa do Pai. É um caminho árido. É um caminho em que existem cantos de alegria e noites de lágrimas.

A vida cristã é uma peregrinação com os meus irmãos. Na verdade, não peregrinamos sozinhos. Cristo vai à nossa frente, e nós, o seu corpo. A Igreja. O seguimos. Cristo nos indica o caminho, a verdade e a vida, que é Ele mesmo.

Nós não trilhamos individualmente o caminho, mas formamos um povo, formamos um corpo, que é a Igreja. Esta verdade nos convida a trabalhar durante toda a vida para convidar os que estão perdidos. O mundo em que vivemos precisa de redescobrir o amor, a solidariedade, o serviço, a partilha, o dom da vida.

A liturgia é a expressão do amor eterno e misericordioso de Deus Pai para conosco. E nós, seus filhos amados, unidos fraternalmente entre nós e em Cristo, manifestamos nosso amor a Ele, na total entrega de nossa vida aos irmãos.

O Pai nos tira da dispersão e nos reúne num só Corpo em Cristo. Amorosamente, Ele nos entrega seu Espírito, na Palavra e na Eucaristia, fazendo-nos passar da morte para a vida.

E nós, num só coração e numa só alma, acolhemos sua proposta, renovando a ação de graças e na alegria do Espírito uma Aliança de amor e compromisso. Na celebração encontram-se e realizam-se os dois movimentos do único mandamento do Amor.

Suplicamos que seu Espírito nos fortaleça para cumprirmos esse mandamento do amor, no meio de tantos conflitos e tensões em nosso dia-a-dia. Que os vossos sacramentos produzam em nós o que significam, a fim de que um dia entremos na posse do mistério que agora celebramos.


+Dom Eduardo Rocha Quintella
Bispo  Diocese Belo Horizonte

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

A MISSÃO NASCE DA EUCARISTIA



A Eucaristia é a fonte da vida cristã. É o mistério da fé, o Dom por excelência, o maior tesouro espiritual da igreja. A igreja vive da Eucaristia. Temos a obrigação de conhecê-la, aprofundá-la e compreendê-la mais para assim amá-la.

A Eucaristia é o sacrifício decisivo da cruz, é Jesus Cristo vivo e ressuscitado na forma de pão. Cada vez que é celebrado o sacrifício da Eucaristia é realizado a única e a mesma morte e ressurreição. Queremos intensificar nosso amor e nossa devoção a Jesus Eucarístico.

O mês de outubro, tradicionalmente conhecido como um tempo dedicado à meditação dos mistérios do Rosário, recorda-nos o compromisso de rezar e trabalhar pelas missões. Perto da sua comunidade, quem sabe, tem uma área de missão ainda não assistida. De que forma os ministérios e os serviços que nascem da Eucaristia podem estar ajudando a evangelizar e a humanizar a vida das pessoas.

A Santa Igreja confiou às comunidades cristãs uma missão importantíssima: revelar as riquezas do amor de Deus contidas na Eucaristia. Trata-se de um serviço que ultrapassa a capacidade das comunidades eclesiais no Brasil. Por isso, necessitamos da valiosa colaboração dos leigos que, na condição de protagonistas da ação evangelizadora, ajudam-nos a viver com fidelidade criativa a nossa vocação e missão a serviço do povo de Deus.

Caro Irmão e irmã colaborem com o mês do Rosário e das Missões, juntando-se à sua comunidade, para juntos partilharmos o Pão da Palavra e da Eucaristia com tantos irmãos e Irmãs que têm fome e sede de Deus. Nossas comunidades estão de portas abertas para recebê-los.

O apostolado tem origem na missão da Igreja de continuar a obra da Redenção de Cristo. Empreendem esta missão principalmente em seu meio: no seu trabalho cotidiano e na Igreja local, tanto pelo exemplo como pela ação.

Devemos saber reconhecer o tempo em que estamos vivendo. Vivemos os últimos tempos, o tempo pós-pascal, tempo de edificação do Reino de Deus na história dos homens, tempo de fazer com que o mistério da cruz e da ressurreição produzir frutos de fraternidade, justiça e solidariedade, tempo de presença do Espírito Santo na vida de todos, tempo de crescimento no amor e na verdade, tempo de reconciliação, de construção da paz e da vida nova, tempo de sentir os apelos do reino que se manifestam na história, apelos para nos comprometermos com os pequenos apelos para celebrarmos o Deus atuante na história.


+Dom Eduardo Rocha Quintella
Bispo Diocese Belo Horizonte

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Jesus e o Reino de Deus



Jesus pregava o reino de Deus. Muitos exegetas concluem que esse era o verdadeiro núcleo da mensagem de Jesus à palestina do século I. Em certo nível, talvez seja impossível estabelecer com precisão tudo o que Jesus quis designar com a expressão reino de Deus.

Em outro nível, entretanto, tal designativo pode ser facilmente compreendido por todos: Sabemos perfeitamente bem o que ele quis dizer em termos gerais: O poder soberano de Deus. Na oração ensinada por Jesus, os cristãos suplicam regularmente que seja feita a tua vontade [Deus], assim na terra como no céu (Mt 6, 10). Esse é o reino de Deus.

A expressão reino de Deus é um símbolo religioso que remete a uma esfera transcendental. Na medida em que alude ao reino de Deus, é realidade engendrada por um poder transcendente que não tem como ser circunscrito pela imaginação humana, nem definido em termos conceituais ou factuais precisos.

O reino de Deus é escatológico; em última instância, abarca o futuro, o fim dos tempos, o arremate e a realização da história. Trata-se de um reino utópico, e pensar que seu advento ocorrerá em determinado tempo e lugar é equivocar-se a respeito do símbolo.

Até onde sabemos, Jesus nunca definiu exatamente como o reino de Deus se manifestaria; não disse de que maneira seria instaurado. Contudo, o reino de Deus faz sentido contra o pano de fundo das profundas negatividades da vida humana; apela ao desejo e à esperança humanos em favor do que deve e pode ser, em virtude do poder de Deus, em face da impotência humana.

Em função de sua transcendência última, o reino será concebido de inúmeras formas diferentes. Em Jesus, contudo, o reino de Deus não está apartado nem desvinculado deste mundo. Em seu ensinamento, o reino é iminente, está em via de instaurar-se no mundo; Jesus é seu precursor, em certos aspectos, é seu agente, e o reino de Deus vem à luz em seu magistério e em sua ação.

Diversas dimensões do reinado de Deus podem ser experienciadas como concentradas em Jesus: o reino de Deus do futuro está ligado à sua pessoa e à sua ação; a práxis de Jesus torna o reinado de Deus presente, e defende-se que isso é uma causa e uma missão que atrai discípulos.

Ao fazer do reino de Deus o núcleo de sua pregação, Jesus foi teocêntrico. Não proclama a si mesmo; sua pessoa e sua obra não aparecem como o foco do seu próprio ensinamento. Pelo contrário, Jesus falava a respeito de Deus, a quem se referia como Pai. Deus, a vontade de Deus, os valores de Deus, as prioridades de Deus dominavam tudo quanto se lembrava haver Jesus dito e feito.

Quando afirma que Jesus foi obediente ou recebeu uma missão do Pai, o novo testamento reflete a centralidade do reino de Deus na vida de Jesus como causa. O consistente retrato de Jesus é de alguém absolutamente comprometido e fiel à missão de concretizar e objetivar a vontade e os valores de Deus na história.

O fato de o reino de Deus ter sido tão central para a vida e o ensinamento de Jesus torna-o normativo para o teólogo cristão: as cristologias que o negligenciam são inadequadas, e, positivamente, os cristãos devem descobrir algum significado para o reino de Deus em sua concepção teológica do mundo.

+Dom Eduardo Rocha Quintella

Bispo  Diocese Belo Horizonte 

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

XXIXº Domingo do Tempo Comum (Mt 22,15-21) – Ano A – 16/10/2011

Deus Conduz a História da Humanidade

Neste XXIXº Domingo Comum aprendemos que não devemos separar a liturgia de nossa vivência cotidiana. Hoje somos desafiados a não separar a Fé e a Vida. Não devemos ser caracterizados pela hipocrisia.

Ao contrário, somos criaturas de Deus e nossas atitudes devem revelar a semelhança que temos com nosso Criador. Nossa autenticidade de cristãos é que nos fará vencer os desafios lançados pelas oportunidades e facilidades do mundo capitalista no qual vivemos.

O tema da Liturgia da Palavra de hoje plasma todo o sentido e significado de Deus em nossa vida. Jesus não pede que nos distanciemos do mundo, mas que vivamos no mundo, respeitando o poder político e a ordem social, sem esquecer que o poder divino conduz a história da humanidade.

Jesus foi capaz de transpor todo e qualquer limite, mesmo que fizesse parte da sagrada tradição judaica, quando se tratava de anunciar o Reino de Deus. O absoluto para Jesus era o amor que Deus, seu Pai, dedicava às suas criaturas, amor este, que se exprimia concretamente no cuidado dispensado às pessoas ao seu redor, beneficiárias do seu ministério.

No meio das agitações e perturbações da vida, não percebemos de imediato a presença de Deus. O vazio, o desalento, a descrença, a desesperança fragmenta todo nosso ser. Acontece que é preciso deixar para trás as luzes do mundo que ofuscam nossa visão para enxergar, na fé, na Palavra de Deus, a presença do Transcendente.

Encontrar-nos com Deus é encontrar-nos com sua Palavra para descobrir o Deus misericordioso sempre presente, e sempre pronto a nos estender a mão. Nossa vida é cheia de desafios. Deparamo-nos com dúvidas, limitações, medos, dificuldades, obstáculos, perseguições.

Conhecer Jesus, estar com Jesus, confiar em Jesus e em sua Palavra é uma doxologia que nos plenifica. Com Jesus a peregrinação do Cristão, pode não ser sem sobressaltos, mas estará segura a chegada à plenitude, porque temos quem garante não só o caminho, mas a vida, a nossa vida.




+Dom Eduardo Rocha Quintella

Bispo  Diocese Belo Horizonte

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Exortação Apostólica sobre Liturgia


A beleza tem a tarefa de nos despertar a uma outra coisa que não está nela mesma. Diante da beleza o coração se enche de espera, porque imediatamente nasce a pergunta: Quem é o Artífice, o Criador disto tudo? Então tudo que é belo pode abrir em nós o desejo da busca do Senhor, a Beleza encarnada.

Na Liturgia a beleza é o próprio motivo pelo qual a celebração se dá: para Deus, com Ele e Nele. É a Doxologia. Qualquer motivo que não seja este esconde a Beleza presente ao invés de revelá-la.

Na minha experiência, a participação diária à Santa Missa é a coroação de tudo o que me acontece naquele dia porque é o Lugar Privilegiado para retomar a minha consciência ao reconhecimento da presença da Beleza de Cristo.

Na experiência de todos nós católicos (sacerdotes, religiosos ou leigos), creio que esta que poderia ser chamada perda de sensibilidade é o nosso maior drama.

O drama é justamente o ceder ou não ceder à Beleza de Cristo no contexto da vida. O coração deseja esta familiaridade com Aquele que é a própria Beleza, para que repletos da Sua Presença possamos reconhecê-Lo presente em todas as circunstâncias da nossa realidade, para que nossos olhos possam transbordar para o mundo este que é a Beleza. 

Este drama, ou perda de sensibilidade, é fruto da nossa auto-suficiência, desta separação que fazemos das coisas do dia-a-dia e da vida espiritual. A nossa vida cotidiana, a realidade do trabalho, das obrigações, das alegrias, das perdas e dificuldades.

 A Liturgia, por sua vez, só é bela e, portanto, verdadeira quando despojada de qualquer outro motivo que não seja a celebração de Deus, para Ele, por meio Dele, com Ele e Nele.

A Liturgia deve ser vista como um todo, e não como algo fragmentado, com momentos um pouco mais ou um pouco menos importantes. Não pode ser atravessada como um ritual já conhecido.

Cada instante da celebração é importante e deve ser acolhido e saboreado, porque cada momento será único, belo e verdadeiro somente se vivido no reconhecimento do Senhor.

Ao sacerdote cabe colher e revelar a beleza presente nas leituras e no Evangelho, orientando os fiéis apenas para o que é essencial (Cristo), e nunca para qualquer outro assunto.

Como num todo, as equipes responsáveis pela música e colaboração à Liturgia devem ser igualmente orientadas e acompanhadas ao Essencial.

Outro aspecto muito importante a meu ver é o silêncio. A própria Liturgia tem na sua seqüência uma série de momentos de silêncio, que não são espaços vazios de tempo, mas espaços de tempo repletos da Presença. Ao preencher estes momentos com músicas ou palavras supérfluas, encobrimos o Essencial.

Para realizar tão grande obra, Cristo está sempre presente na sua igreja, especialmente nas ações litúrgicas. Está presente no sacrifício da Missa. Está presente com o seu dinamismo nos Sacramentos.  Está presente na sua palavra. Está presente, enfim, quando a Igreja reza e canta.


+Dom Eduardo Rocha Quintella
Bispo Diocese Belo Horizonte

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

XXVIIIº Domingo Comum (Mt 22, 1-14) Ano A - 11/10/11


Convidai para a festa todos os que encontrardes

Neste XXVIIIº Domingo Comum a Liturgia nos conduz ao banquete. É desse modo que a espiritualidade eucarística entende a vida humana como um constante convite à comunhão com Deus e com o outro, que é irmão e irmã.

A cada momento da história pessoal, para quem não é indiferente ao convite do Rei, existe um apelo divino convidando à comunhão, convidando a participar, com Deus e com o irmão, do grande banquete da vida.

O Evangelho de hoje nos leva a refletir sobre o banquete do Senhor. Felizes os convidados para o banquete do Senhor. Jesus retoma na parábola deste domingo à figura do banquete nupcial.

A figura é conhecida também nos escritos laicos. Comer à mesa do rei expressava o auge da felicidade. Os profetas fizeram o povo sonhar com o dia em que todos se assentariam à mesa do rei.

Mas, Deus não impõe a salvação. Deus não nos obriga a aceitar nada. Deus respeita a liberdade humana. Na parábola do evangelho, os convidados não aceitaram o convite para o banquete nupcial.

Será que também nós andamos tão atarefados com as coisas deste mundo que não damos valor ao que é mais importante. Então, se aceitarmos o convite, deveremos vestir o traje nupcial, ou seja, ser cristão não só de palavras, mas também de obras. Não basta ser batizado; é preciso viver como filhos de Deus.

Aceitar o convite é fazer uma opção, aceitar a amizade que transborda da taça e dar uma resposta plena de confiança. Participar do banquete, no entanto, requer preparo para não ser dele excluído, como aquele que não portava o traje adequado. Nesse caso, estar preparado é ter as mãos limpas e o coração puro.


+Dom Eduardo Rocha Quintella
Bispo  Diocese Belo Horizonte

sábado, 1 de outubro de 2011

Ide por todo o mundo anunciar o Evangelho, em nome do Pai, Filho e Espírito Santo.


Iniciando o Mês de Outubro. Mês, por excelência, dedicado por toda a Igreja às missões. É justamente neste mês que nossas comunidades se concentram em um traço característico de nossa identidade cristã – sermos missionários.

É também o mês do Rosário e da Virgem Aparecida, padroeira do Brasil. Ela dá um caráter distintivo ao mês missionário. Maria é a grande Missionária do Pai. Esvaziou-se plenamente para que Deus pudesse habitar totalmente nela.

Outubro é para nós católicos, um momento especial de reavivarmos nossas consciências em favor do próximo. Assim, despertaremos em cada cristão sua vocação missionária. realizando gestos concretos na ajuda aos empobrecidos.

Hoje, é muito claro para a Igreja de que somos todos missionários, pelo simples fato de sermos batizados, e assim, inseridos no mistério pascal de Jesus Cristo. Esta missão consiste em Anunciar aos empobrecidos a Boa Nova.

Uma grande missionária foi Santa Teresa de Lisieux, mais conhecida como Santa Terezinha. Jovem francesa do século XIX, de temperamento delicado e forte. Sua vida nos mostra que em qualquer lugar ou situação em que estamos, podemos e devemos ser missionários e portadores da Palavra de Deus. Isto só depende de nós.

Que Santa Terezinha interceda por nós junto a Jesus, para que sejamos, igualmente, ardorosos missionários no ambiente onde vivemos ou trabalhamos, construindo assim, um futuro mais rico de amor, fraternidade, alegria e paz para a humanidade.

                  

+Dom Eduardo Rocha Quintella
Bispo  Diocese Belo Horizonte

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