sexta-feira, 17 de junho de 2011

Solenidade da Santíssima Trindade - Ano A (João 3,16-18)

Deus enviou seu Filho ao mundo
Quem acredita nele não é julgado


Com o fim do Tempo Pascal, na solenidade de Pentecostes, a Igreja entoa um grande e solene louvor à Santíssima Trindade, celebrando numa síntese a plenitude do Mistério do Deus-Amor. Proclama que, desde a Criação do universo até os fins dos tempos, a história é dirigida pelo Deus Uno e Trino, comunhão perfeita do Pai com o Filho e o Espírito Santo.

A liturgia, mais do que explicar, nos faz mergulhar no insondável mistério da Santíssima Trindade, iluminado em seu aspecto essencial. O amor. Amor sempre em ato, amor que gera, doa-se, comunica-se. Esse amor que por ela é emanado nos convida a testemunhar e participar de seu projeto de salvação. Deus está presente e age sempre na história como Pai e Filho e Espírito Santo, para fazer dela uma história de salvação.

A expressão de um Deus Trindade já está presente na experiência histórica de Jesus, que diversas vezes falou a respeito de sua união com o Pai, pela ação do Espírito Santo. Somente em Jesus, Verbo Encarnado, é que podemos falar de uma explicitação trinitária de Deus, pois foi nele que o Mistério da Trindade foi revelado de modo pleno à humanidade.

O Deus Trino, que na tradição do Antigo Testamento sempre apareceu de maneira velada, recebe em Jesus Cristo sua mais completa tradução: desde sempre Deus é Trindade e somente Nela podemos compreender a plenitude da bondade de Deus.

A vida nasce da comunhão com Deus. Comunhão não é somente receber a Hóstia Santa. É levar adiante a vida que recebemos no Batismo e aprofundamos com os demais sacramentos e com nosso dia-a-dia. Comungar é amar e saber acolher o amor. Cantamos: Onde há amor e caridade, Deus aí está!. Essa expressão de amor se estende ao outro.

O mistério da Santíssima Trindade é o mistério da revelação de Deus aos homens. À inteligência humana custa a compreender, mas a fé gera no crente sentimentos de gratidão e de contemplação diante da grandeza do mistério: um Deus que nos mostra a Sua ternura, o Seu amor, que nos concede a salvação, que está sempre presente no meio de nós.

É preciso falar das conseqüências de se crer num Deus Trindade. O Deus cristão é o Deus Comunhão de Amor. Crer nesta realidade significa professar nossa esperança na plenitude da História, aceitação e realização do pleno ideal de comunhão entre os seres humanos.

Significa aceitar as diferenças entre as pessoas humanas, em todos os aspectos, mas acreditar num sonho comum de felicidade plena. Significa professar que no Deus Trino está à chave para a superação dos egoísmos humanos, geradores da violência e exclusão, e vislumbrar uma sociedade, onde a comunhão dos diferentes, resulta numa harmonia geradora de Vida.
           
Diante do mistério do Deus Uno e Trino ou também podemos dizer do Deus Triuno, nada nos resta senão adorar, celebrar e cantar: Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo, como era no princípio, agora e sempre. Amém.



Dom Eduardo Rocha Quintella
Bispo  Diocese Belo Horizonte

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