sábado, 27 de julho de 2013

Dom Eduardo R. Quintella Exorta sobre A Antropologia Teológica Eclesial

27/07/2013
Antropologia Teológica Eclesial


No Deus que chama o não-ser ao ser, o futuro se torna compreensível uma vez que pode ser esperado. O cristão vive para além do dia, na espera das coisas que, de acordo com a promessa do Criador do mundo, devem vir. Na perspectiva do Deus criador, é possível compreender um amor para com o não existente, para com o desigual, transitório e sem valor.
A esperança é capaz de ver um futuro para o que passa, o que morre, futuro este que está nas promessas do Deus criador. Por isso, viver sem esperança é como não mais viver. A esperança colocada no Criador torna-se felicidade no presente, pois seu amor nada deixa ao nada e mostra a tudo a abertura em direção ao possível, onde poderá viver e, com certeza, viverá.
Com a vinda de Jesus ao mundo, concretizam-se as nossas esperanças, pois o prometido e esperado torna-se visível. Cristo, o novo Adão, carrega sobre si os pecados dos homens e Deus exalta sua humilhação. Jesus vem trazer ao mundo uma mensagem de misericórdia, de perdão e de salvação, mudando o foco do julgamento da lei para a graça de Deus. Seus milagres são manifestações da salvação que chamam à fé num Deus que deseja a plena felicidade do homem. Graças à Sua ressurreição, temos a garantia de que também ressuscitaremos para a vida eterna após nosso encontro pessoal com Ele na morte.
As experiências dos movimentos e das nossas comunidades afirma que é preciso recompor o tecido da sociedade humana e também a necessidade de recompor o tecido da comunidade eclesial. Esses são chamados a render testemunho do mistério da comunhão, do milagre da unidade, da esperança, que se manifesta na relação humana mais verdadeiramente reconciliadora, fraterna, plena de humanidade, milagre suscitado pelo Espírito de Deus para a conversão e transformação do mundo. 
Neste sentido a Igreja é e deve difundir ainda mais de forma universal o sinal, o fluxo e semente de um mundo reconciliado, salvo. A história da Igreja se demonstra com o movimento eclesial suscitado pelo Espírito Santo no decorrer dos séculos. Sempre tiveram a intenção de retornar a fonte e atualizar de formas diversas e novas a experiência da comunidade primitiva descrita pelos Atos dos Apóstolos. A adesão fiel à Igreja é sinal de um renovado encontro com Jesus Cristo. De um Cristo encontrado, sobretudo na Eucaristia, que é o centro e o núcleo da Igreja, do qual Ele é a cabeça.

Dom Eduardo Rocha Quintella
Bispo Diocese Belo Horizonte

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