Podemos situar o tema deste
domingo à volta da missão profética. Ela é um apelo à conversão, à renovação,
no sentido de eliminar todos os obstáculos que impedem a chegada do Senhor ao
nosso mundo e ao coração dos homens.
A oração, mesmo quando
acontece na solidão, é sempre um encontro com outros: encontro com Deus que
está presente na tua vida, que é a tua realidade mais intima, tantas vezes sem
teres consciência disso; encontro com os irmãos que fazem parte da tua vida,
mesmo quando te magoam e te deixam ficar mal.
O Evangelho apresenta-nos
o profeta João Batista, que convida os homens a uma transformação total quanto
à forma de pensar e de agir, quanto aos valores e às prioridades da vida.
Para que Jesus possa
caminhar ao encontro de cada homem e apresentar-lhe uma proposta de salvação, é
necessário que os corações estejam livres e disponíveis para acolher a Boa Nova
do Reino.
A conversão é um verdadeiro
êxodo da terra da escravidão para a terra da felicidade e da liberdade. Convida-nos,
ainda, a viver este tempo numa serena alegria, confiantes no Deus que não
desiste de nos apresentar uma proposta de salvação, apesar dos nossos erros e
dificuldades.
A comunidade se deve
preocupar com o anúncio profético e deve manifestar, em concreto, a sua
solidariedade para com todos aqueles que fazem sua a causa do Evangelho.
A comunidade deve dar um
verdadeiro testemunho de caridade, banindo as divisões e os conflitos: só assim
ela dará testemunho do Senhor que vem.
A Palavra de Deus faz-nos
hoje viajar até aos preparativos da pregação de Jesus, do seu ministério
público. A voz de João Batista, o precursor de Jesus, anuncia no deserto a
missão histórica de Jesus e convida todos a preparar caminho ao Verbo de Deus
que Se fez um de nós, que Se fez próximo de nós.
A salvação que o Messias
nos veio trazer não é uma teoria, mas concretiza-se na história humana. Daí o
apelo à conversão e à penitência.
+Dom Eduardo Rocha Quintella
Bispo de Belo Horizonte
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