sexta-feira, 30 de setembro de 2011

XXVII Domingo do Tempo Comum (Mateus 21, 33-43) - Ano A. 02/10/2011

O Reino de Deus será entregue a um povo que produzirá frutos

Neste XXVIIº Domingo Comum somos convidados a celebrar a páscoa de Jesus. Ela se realiza nas comunidades e grupos dispostos a colaborar para que o reino de Deus produza frutos.

Nós e nossas comunidades somos a vinha do Senhor. Sintamos-nos privilegiados, pois Deus cuida com carinho de cada filho e filha que pertence à sua vinha, pois ela é regada com o precioso sangue de Cristo para que produza os frutos da paz e de vida.

O simbolismo da vinha acompanha os celebrantes durante três Domingos: o convite para trabalhar na vinha, a possibilidade de recusa e a conversão e, nesse Domingo, a necessidade de produzir e apresentar ao Patrão celeste frutos de qualidade, produzidos na grande vinha, que é o mundo e a sociedade onde vivemos.

A trilogia da vinha evidencia que a fé se compõe de orações, meditações, espiritualidade e trabalhos concretos, com o mesmo cuidado de quem cultiva uma vinha. Assim acontece com quem se dispõe a viver a fé trabalhando concretamente para produzir frutos de vida nova, próprios do Reino de Deus, na sociedade.

A vinha do Senhor somos nós os cristãos: pelo Batismo fomos enxertados em Cristo. Fomos revestidos da graça de Jesus Cristo, adornados com um cortejo de virtudes e dons sobrenaturais, alimentados continuamente pelos Sacramentos, protegidos e guiados pela nossa Mãe, a Santa Igreja.

A condição para darmos muito fruto é estarmos unidos a Jesus Cristo. Sem a união a Jesus Cristo não pode haver fecundidade apostólica. Para darmos os frutos que Deus espera de nós, além da união a Cristo, é necessário o esforço e a disposição constante de viver as virtudes sobrenaturais e humanas na ação apostólica que deve ser prática e dinâmica.

Para isto, o Senhor fez de nós, não servos, mas seus amigos, para sairmos de nós mesmos e irmos ao encontro dos outros. Para levarmos a todos, o vinho novo do evangelho. Só assim, Deus poderá entrar no nosso mundo, transformá-lo, com a abundância e a novidade do seu amor por nós.

               
+Dom Eduardo Rocha Quintella.
Bispo Diocese Belo Horizonte 

sábado, 24 de setembro de 2011

XXVIº Domingo Comum - Ano A – (Mt 21, 28-32) - 25/09/2011.

Arrependeu-se e foi trabalhar na vinha

Neste XXVIº Domingo do tempo comum. A Palavra de Deus nos faz mergulhar em nossa fragilidade humana nos leva também a experimentar a bondade sempre fiel do Senhor que nos propõe mudança de vida e acredita em nossa conversão.

A escuta da Palavra e colocá-la em prática, deve gerar na assembléia a partilha para que ela possa ser sinal vivo do Senhor. Devemos ser oferenda com nossas oferendas.

Quando o convite não é aceito numa primeira oportunidade, seu eco não foge do coração e lá fica gritando de muitas formas. Sempre é tempo de arrepender-se, repensar a atitude e aceitar o convite de trabalhar na Vinha do Senhor.

O arrependimento nasce da capacidade de comparar a atitude assumida com outra atitude melhor. Só é capaz de arrepender-se quem tem capacidade de avaliar com sinceridade que frutos sua conduta de vida está provocando em si e na vida das outras pessoas.

Por isso, o convite para trabalhar na vinha do Senhor destaca a conversão como um processo que se inicia no coração e conduz a atitudes práticas do cultivo do Reino de Deus na vida social. No contexto divino, a conversão humana é motivo de alegria e ocasião para Deus manifestar sua infinita misericórdia.

A parábola dos dois filhos desiguais ainda é de grande atualidade. Somo todos filhos do Pai que nos convida para trabalhar na Sua vinha, como convidou outrora todos de seu povo: pobres e ricos, pecadores e justos, ladrões e mulheres da vida, sacerdotes, escribas e fariseus. Todos eram e todos somos filhos do mesmo Pai.


+Dom Eduardo Rocha Quintella
Bispo  Diocese Belo Horizonte

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Setembro: Mês da Bíblia


Setembro, mês da Bíblia. Neste mês a Igreja celebra a Bíblia, a Palavra de Deus que nos conduz no caminho da salvação. Dentro do calendário litúrgico pastoral, este é um tempo para refletirmos sobre a Bíblia como fruto da inspiração divina e do esforço humano e a sua importância para nossa vida.

Foi São Jerônimo, a ser celebrado no dia 30 de setembro, que dedicou a vida ao estudo e tradução dos textos sagrados. Estudou o hebraico e o grego com um esforço sobre-humano para melhor compreender as Escrituras nas línguas originais. Por desejo do Papa Dâmaso, de quem foi o secretário, e que desejava uma tradução da Bíblia, em latim, mais fiel em tudo aos textos originais, Jerônimo assumiu esta missão.

Dedicou-se, praticamente a esta tradução, toda a sua vida. O conjunto de sua tradução da Bíblia, em latim, chamou-se Vulgata. A Vulgata tornou-se o texto oficial com o Concílio de Trento e só cedeu lugar a novas traduções, ultimamente, pelo avanço dos estudos lingüístico-exegéticos dos nossos dias. Grande espaço de sua vida Jerônimo a viveu em Belém e lá morreu no ano de 420.

A Bíblia é o Testamento de Amor, a Carta de Amor que Deus Pai deixou para toda a humanidade. É nela que nós vamos encontrar os desejos e as intenções de Deus para conosco. É nela que podemos encontrar as recomendações e os tesouros que Deus tem para nos oferecer. Se nós não abrirmos a ela e não lermos esta Carta de Amor, não ficaremos sabendo da amizade íntima que Deus quer ter conosco desde o nascer ao pôr-do-sol.

É a história, que no princípio, era a história de um povo e que se torna a história do mundo inteiro, convidado a pertencer ao Novo Povo de Deus. Com este povo Deus caminha, como o descobrimos, lendo a Bíblia. Caminha hoje conosco. Como caminhou com o povo antigo. E quem caminha com Deus não erra o caminho, nem perde a esperança: Senhor, tua palavra é lâmpada para os meus passos, uma luz no meu caminho, como se canta nos salmos (Sl 118, 105).

A Bíblia é como uma Luz que ilumina a escuridão da nossa vida e faz a gente enxergar as coisas. A luz é para iluminar, para clarear o caminho por onde passamos, assim é a Palavra de Deus. Se alguém fica olhando só para a luz, ou direto para o sol, o que vai acontecer? Aos poucos ela não vai mais ver nem o sol e nem aquilo que o sol quer iluminar. Assim acontece o mesmo com aquelas pessoas que só ficam olhando para Bíblia e, de repente, acabam não entendendo nem a Bíblia e nem aquilo que a ela quer iluminar, que é a vida.

Quem lê e estuda a Bíblia, mas não olha a realidade do povo oprimido de ontem e de hoje, nem luta pela justiça e pela fraternidade, é infiel à Palavra de Deus e não imita Jesus Cristo. É semelhante aos fariseus que conheciam a Bíblia de cor, mas não a praticavam. Vamos pedir a Deus que a Sua Palavra seja como a chuva que cai e não retorna sem ter realizado a sua missão (cf. Is 55,10). Com a Bíblia na mão e os pés no chão, construindo um Mundo de irmãos.


+Dom Eduardo Rocha Quintella
Bispo  Diocese Belo Horizonte

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